Em Ruínas: Uma Crítica Original e Pessoal - Filme na Netflix (2024)
Imagine um mundo onde as regras são tão escassas quanto água em um deserto. Este é o território onde Don Lee, o herói dos socos e pontapés, reina supremo. Sua presença na tela é magnética, sua destreza em combate uma dança coreografada de destruição. É como se cada golpe dele fosse uma nota em uma sinfonia de caos, uma melodia que ressoa nos corações daqueles que buscam uma fuga da realidade mundana.
No entanto, nem tudo são flores nesse jardim de ossos que é Em Ruínas. Enquanto Lee brilha como uma estrela cadente em uma noite sem lua, os coadjuvantes são deixados à sombra de sua grandeza. São como figurantes em uma peça teatral onde apenas um ator recebe os holofotes. O vilão, um médico insano e megalomaníaco, parece ter saído de um manual de clichês do mal, mas cumpre seu papel de despertar a aversão do público com uma eficácia quase poética.
A direção de Heo Myeong Haeng é como um maestro regendo uma orquestra de destruição, com cada cena de ação uma nota perfeitamente afinada. No entanto, a falta de profundidade nos personagens secundários deixa um gosto amargo na boca, como uma poção mágica que promete cura, mas entrega apenas ilusão.
Em Ruínas é um filme que não se propõe a ser mais do que é: uma montanha-russa de adrenalina em um parque de diversões distópico. Com uma computação gráfica que oscila entre o aceitável e o questionável e reviravoltas que mais parecem piruetas acrobáticas do que surpresas genuínas, o filme consegue cumprir seu objetivo principal: entreter.
Por isso, atribuo a Em Ruínas uma nota de 3/5. É um filme que diverte, mas que poderia ter sido muito mais se tivesse ousado sair da sombra de seu protagonista e explorado os recantos mais sombrios e intrigantes de seu universo distópico. Mas, no fim das contas, é uma jornada que vale a pena para aqueles que buscam uma dose saudável de escapismo em um mundo cada vez mais caótico.
Comentários
Postar um comentário
Não divulgamos links.Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do Momento Verdadeiro.