Constantine: uma série de TV que merecia mais uma chance

Constantine
Constantine foi uma série de TV baseada na série de quadrinhos da DC Comics “Hellblazer”, criada por David S. Goyer e Daniel Cerone. A série estrelou Matt Ryan como John Constantine, um exorcista e detetive do ocultismo britânico que ativamente caça entidades sobrenaturais. A série foi ao ar na NBC de 24 de outubro de 2014 a 13 de fevereiro de 2015, ao longo de 13 episódios. Em 8 de maio de 2015, a NBC cancelou Constantine após apenas uma temporada devido à audiência que não correspondia aos padrões da rede. No entanto, a série teve alguns fãs leais que apreciaram sua fidelidade aos quadrinhos, seu tom sombrio e seu protagonista carismático. Neste artigo, vamos explorar os pontos fortes e fracos da série Constantine e por que ela merecia mais uma chance.

Pontos fortes

Matt Ryan como John Constantine: sem dúvida, o maior trunfo da série foi a atuação de Matt Ryan como o personagem-título. Ryan capturou perfeitamente a essência de Constantine, um homem atormentado por seus pecados passados, que usa seu sarcasmo, sua inteligência e sua magia para combater as forças do mal. Ryan também se assemelhou fisicamente ao personagem dos quadrinhos, com seu sobretudo marrom, sua gravata vermelha e seu cigarro sempre aceso. Ryan foi tão convincente como Constantine que ele reprisou o papel em outras mídias, como a série animada Constantine: City of Demons, a série live-action Legends of Tomorrow e o filme animado Liga da Justiça Sombria.

A fidelidade aos quadrinhos: outra qualidade da série foi sua fidelidade à fonte original, a série de quadrinhos “Hellblazer”. A série adaptou várias histórias e personagens dos quadrinhos, como o episódio “A Feast of Friends”, baseado na edição #1 de “Hellblazer”, que mostrou o sacrifício do amigo de Constantine, Gary Lester; ou o episódio “The Saint of Last Resorts”, baseado na saga “Dangerous Habits”, que revelou que Constantine estava condenado ao inferno por ter condenado a alma de uma garota inocente. A série também respeitou o universo sobrenatural da DC Comics, apresentando personagens como Manny, um anjo misterioso que guiava Constantine; Papa Midnite, um feiticeiro vodu e rival de Constantine; Zed Martin, uma artista com visões proféticas; Chas Chandler, um amigo leal e imortal de Constantine; e Jim Corrigan, um policial destinado a se tornar o Espectro.

O tom sombrio: por fim, outro ponto forte da série foi seu tom sombrio e adulto, que combinava com a atmosfera dos quadrinhos. A série não poupou os espectadores de cenas de violência, horror e drama, mostrando os perigos e as consequências do mundo do ocultismo. A série também abordou temas como fé, culpa, redenção e moralidade, explorando a complexidade e a ambiguidade de Constantine e seus aliados e inimigos. A série não teve medo de colocar seus personagens em situações difíceis e desafiadoras, nem de matar alguns deles ao longo do caminho.

Pontos fracos

A falta de apoio da NBC: um dos principais motivos do fracasso da série foi a falta de apoio da emissora NBC, que não soube promover nem valorizar a série. A NBC impôs várias restrições criativas à série, como proibir Constantine de fumar na tela (apesar de ser um traço característico do personagem), mudar a protagonista feminina original (Liv Aberdine) após o episódio piloto (substituindo-a por Zed Martin), reduzir o número de episódios da primeira temporada de 22 para 13 e mudar o horário de exibição da série de sexta-feira às 22h para sexta-feira às 20h, o que prejudicou a audiência. A NBC também não investiu em uma campanha de marketing eficaz para a série, nem fez parcerias com outras plataformas de streaming ou canais a cabo para aumentar sua visibilidade e alcance.

A inconsistência do roteiro: outro ponto fraco da série foi a inconsistência do roteiro, que às vezes era confuso, previsível ou superficial. A série teve dificuldade em estabelecer uma trama principal envolvente, que girava em torno da “ascensão das trevas”, uma ameaça vaga e genérica que nunca foi bem explicada ou desenvolvida. A série também teve alguns episódios fracos ou desnecessários, que não contribuíram para o avanço da história ou dos personagens, como o episódio “The Rage of Caliban”, que mostrou Constantine investigando um caso de possessão infantil que não tinha relação com a trama maior. A série também desperdiçou alguns personagens e atores potencialmente interessantes, como Lucy Griffiths como Liv Aberdine, uma jovem que herdou a habilidade de ver o sobrenatural; ou Jeremy Davies como Ritchie Simpson, um hacker e antigo amigo de Constantine.

Conclusão

Constantine foi uma série de tv que teve seus méritos e seus defeitos, mas que merecia mais uma chance de se redimir e se aprimorar. A série tinha um protagonista carismático, uma fidelidade aos quadrinhos e um tom sombrio que a diferenciavam de outras séries do gênero. No entanto, a série também sofreu com a falta de apoio da NBC, a inconsistência do roteiro e a baixa audiência. A série deixou vários mistérios e possibilidades em aberto, como o destino de Constantine, o papel de Manny, a origem de Zed e Chas, a aparição do Espectro e a identidade do vilão por trás da ascensão das trevas. Infelizmente, essas questões nunca foram respondidas na série, mas talvez possam ser exploradas em outras mídias, como quadrinhos, animações ou filmes. Constantine foi uma série que não teve o reconhecimento que merecia, mas que ainda tem potencial para conquistar novos fãs e resgatar os antigos.

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