Acesso a sites de filmes pornôs têm crescimento considerável durante a pandemia
Mas, um outro acontecimento também ocorreu: o acesso a sites de filmes pornôs aumentou consideravelmente durante o período da pandemia.
Diversos sites do ramo, como o Pornhub (um dos maiores do gênero), afirmaram que após liberar o conteúdo premium de forma gratuita por 30 dias como forma de incentivar as pessoas a ficarem em casa, o portal de vídeos pornô recebeu um grande aumento em seu tráfego.
Os picos de acesso a pornografia ocorreram de acordo com as datas de implantação das quarentenas em todo o mundo.
As pessoas buscam a pornografia por diversas razões, mas, o motivo mais comum é o mais óbvio: o prazer. Além do prazer, existem outras razões que podem causar o consumo do material erótico, como por exemplo, pessoas que se sentem sozinhas ou que estão deprimidas sentem um desejo maior de buscar a pornografia para lidar com o estresse, ansiedade e até mesmo com as emoções negativas.
O tédio também é um gatilho para o consumo desse tipo de conteúdo. Com isso, a pandemia e o isolamento social unidos ao medo do avanço da doença criam o cenário perfeito para que o autoprazer seja utilizado como forma de aliviar os temores e passar o tempo.
Esse aumento não pode ser considerado como algo preocupante, pois de modo geral, a maioria dos consumidores não apresenta quaisquer problemas em suas vidas em resultado do uso da pornografia.
Diversos psicólogos ressaltam estudos que apontam que homem que abusam da pornografia apresentam uma satisfação sexual menor, porém ainda é necessário decifrar esse paradoxo, pois a insatisfação se dá em função do alto consumo pornô ou o alto consumo seria a consequência da insatisfação?
Já os estudos realizados com mulheres apontam um aumento do prazer durante a relação sexual por parte delas.
Isolamento social e o consumo de pornografia
A masturbação em si, com ou sem conteúdo pornográfico, é muito importante. Segundo psicólogos e sexólogos, é assim que conhecemos nosso corpo, o que queremos, como gostamos de ser tocados.
A pornografia é um espelho do que o sujeito quer fazer sexualmente. Nossos neurônios-espelho praticamente atuam no lugar do ator pornô. É por isso que se torna tão atraente. Durante esta pandemia, precisamos usar nossa criatividade para evitar cair na monotonia. Para algumas pessoas, se masturbar com pornografia pode ser uma forma de passar o tempo. No entanto, isso não deve ser feito o dia todo: deve alternar com atividades físicas, livros, filmes e séries.
Quando nascemos, somos libido pura. Freud ressalta que a criança circula a libido em seu corpo e se masturba, desfrutando dela para estabilizar o medo e uma inexistência natural (por exemplo, quando desmamada naturalmente).
Nossos pais também castram comportamentos. Temos que conter e suprimir essa libido. A libido restante é investida em relações sexuais. Mas ainda há uma parte da libido que não se aplica ao gênero social ou social que temos. Fique preso em fantasias.
A pornografia pode ou não ser saudável, varia de pessoa para pessoa. Se em algum ponto esse tipo de resolução de conflito der errado, ele pode se tornar um sintoma que leva à frustração, ao vício e à repetição incômoda. Em suma, o que leva uma pessoa a buscar pornografia é o que a leva a buscar (ou não) atividade sexual: sua fantasia inconsciente e sua consciência se correlacionam.
Qualquer prática sexual pode proporcionar benefícios ou malefícios, dependendo da pessoa e a forma com a qual ela utiliza a pornografia em sua vida. A dependência pode sim ocorrer, basta a pessoa escolher o que fazer nesse tipo de situação.
A pornografia e suas consequências
No entanto, algumas pesquisas encontraram dados preocupantes sobre o uso de pornografia. Por exemplo, esse uso geralmente está associado a uma menor satisfação sexual em homens, mas as evidências atuais não mostram se os homens usam mais pornografia para lidar com a insatisfação sexual ou se cada vez mais homens que usam pornografia estão sendo levados embora.
Estudos de Insatisfação Sexual.
Alguns estudos sobre o uso de pornografia e saúde mental também sugerem que as horas gastas em pornografia não causam necessariamente depressão, ansiedade, estresse ou raiva ao longo do tempo. Embora tenha havido casos de pessoas que afirmam que a pornografia leva à disfunção erétil, estudos em grande escala descobriram repetidamente que o mero uso de pornografia não prevê a disfunção erétil ao longo do tempo.
Existe um limite para o acesso a pornografia online?
Existem evidências de que algumas pessoas que utilizam a pornografia também apresentem problemas de saúde mental ou problemas sexuais. Porém, a evidência que está diretamente relacionada a esses problemas não parece ser causal.
Enfim, assistir pornografia online não parecer provocar problemas generalizados, mas provavelmente está proporcionando um alívio do tédio e do estresse provocado pelas situações atuais.
Se as pessoas puderem passar mais tempo com amigos, estranhos e potenciais parceiros sexuais com segurança, pode-se esperar que o consumo de conteúdo erótico na Internet retorne aos níveis anteriores ao COVID-19.
Para a maioria dos usuários, a pornografia é provavelmente apenas outra distração que mantém as pessoas ocupadas, seguras e socialmente distantes.
Combinado com o fato de que muitas pessoas se isolam, a pornografia pode fornecer uma saída para o prazer sexual que não coloca as pessoas em risco para sua própria segurança ou a segurança dos outros.
Por outro lado, a pessoa pode se tornar viciada em pornografia e, muitas vezes, em masturbação simultânea. Idealmente, a exposição à pornografia deve ser de no máximo 1 hora por dia. A pornografia e principalmente a masturbação desempenham um papel fundamental para que o indivíduo possa se conhecer, saber do que gosta, como gosta. Mas não exagere: o ideal é usar esse recurso por, no máximo, uma hora por dia, sem afetar seu trabalho ou relacionamento conjugal.
Como visto, o acesso aos sites e vídeos pornôs aumentou consideravelmente durante o período da pandemia, não sendo um malefício, pois o momento que enfrentamos exige que tenhamos algumas distrações para enfrentar o novo “normal”.
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