Governos do DF, BA e RS impõem restrições contra a Covid e Presidente aciona STF para derrubar decretos.
Como é noticiado em muitos meios de
comunicação e mostrado por especialistas, o Brasil vive o momento considerado o
mais grave da pandemia de Covid-19. A Fiocruz afirmou nesta semana que o país
passa pelo "maior colapso sanitário e hospitalar da história".
Estamos vendo o sistema de saúde brasileiro sobrecarregado e pessoas morrendo a
espera de leitos e vagas em UTI. E para piorar a situação o Conselho Federal de
Farmácia fez um alerta, que nos próximos dias pode começar a faltar medicamento
usados nas UTIs, devido o consumo de está
tão intenso.
Para conter o avanço da doença,
estados como DF, BA e RS impuseram restrições contra a Covid. Porém o
presidente Jair Bolsonaro acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) para
derrubar os decretos dos governos do Distrito Federal, da Bahia e do Rio Grande
do Sul que determinaram restrições de circulação de pessoas diante do aumento
expressivo do número de mortes e transmissão da Covid-19.
Lembrando que o Brasil registra há
57 dias seguidos média móvel de mortes acima da marca de 1 mil, e pelo décimo
primeiro dia a marca aparece acima de 1,5 mil. Foram 20 recordes seguidos nesse
índice, registrados de 27 de fevereiro até esta quinta-feira (18).
Na ação, o governo pede que o
Supremo determine que o fechamento de atividades não essenciais durante a
pandemia só pode ter por base uma lei aprovada pelo Legislativo, e não decretos
de governadores. O texto requer à Corte que se “estabeleça que, mesmo em casos
de necessidade sanitária comprovada, medidas de fechamento de serviços não
essenciais exigem respaldo legal e devem preservar o mínimo de autonomia
econômica das pessoas, possibilitando a subsistência pessoal e familiar”.
Na prática, isso dificultaria a
adoção de medidas urgentes para combater a pandemia, já que a necessidade de
aprovação de uma lei exige a negociação política e também a tramitação de um
processo legislativo.
Em sua live desta quinta-feira (18),
Bolsonaro falou sobre a ação. Ele disse
que está recorrendo ao STF para acabar com "abusos" e que, na visão
dele, os governadores impuseram "estado de sítio". "Bem,
entramos com uma ação hoje [quinta]. Ação direta de inconstitucionalidade junto
ao Supremo Tribunal Federal exatamente buscando conter esses abusos. Entre
eles, o mais importante, é que a nossa ação foi contra decreto de três
governadores", disse Bolsonaro.
Segundo ação, não há previsão na lei
para que esse tipo de decreto seja editado por governadores. “A despeito da
naturalidade com a qual esses atos têm sido expedidos, é fora de dúvida que não
há, em parte alguma da Lei no 13.979/2020, previsão genérica que delegue
competência a instâncias executivas locais para isso", argumenta o
governo.
Mesmo com todos os acontecimentos e
agravamento da situação no país, Bolsonaro mantém sua postura de ser contra as
medidas de distanciamento social e restrição de circulação de pessoas. Bolsonaro,
porém, nunca reconheceu a importância do isolamento. Ao contrário disso, o
presidente estimulou aglomerações, reuniu apoiadores em aparições em locais
públicos e criou atrito com governadores que tentaram impor alguma restrição em
seus estados. Desde o início da pandemia, autoridades internacionais e
nacionais de saúde disseram que as medidas eram essenciais para conter a
propagação descontrolada do vírus, como é o caso do Brasil.
Com informações do G1
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