Família fica sem ter onde morar após vender tudo para realizar 'sonho' e sofrer golpe.

Família fica sem ter onde morar após vender tudo para realizar 'sonho' no litoral de São Paulo e sofrer golpe. Isso é triste, mas acontece. Por isso, devemos ter muito cuidado antes de fechar um negócio. As vítimas nesse caso foram a vendedora Rilavia Soares, de 53 anos, e seu marido, o comerciante Enivaldo Braz, de 50. 

Família só descobriu o golpe após Polícia Militar aparecer na residência, em Itanhaém, SP — Foto: Arquivo pessoal/Rilavia Soares

Conforme informações do portal "G1", Rilavia e Enivaldo moravam em Iperó, no interior paulista, mas o sonho deles era viver no litoral. Eles planejavam comprar uma casa com espaço suficiente para abrir um comércio local, além de alugar um dos quartos para turistas. Para isso, eles resolveram vender a casa onde moravam, o carro da família e o senhor Enivaldo ainda pediu demissão do emprego. Tudo isso com objetivo de  morar em uma nova casa que haviam acabado de comprar à vista em Itanhaém, no litoral de São Paulo. No entanto, ao chegarem na residência com o caminhão de mudança, descobriram que foram vítimas de um golpe de falsos corretores.

Parecia que estava tudo certo. Dona Rilavia buscou na internet imóveis em cidades da Baixada Santista e selecionou quatro que atendiam a seus critérios de exigência. Escolheu uma casa no bairro Cibratel, em Itanhaém que estava anunciada por R$ 90 mil. Entrou em contato com a corretora por mensagem privada e iniciou uma negociação. Não demorou para que a corretora retornasse o contato com uma proposta tentadora para Rilavia. 

A corretora estava oferecendo a casa que custava R$90 mil por R$ 75 mil, uma diferença de R$15 mil. O motivo era aceitável: o dono do imóvel estaria vendendo devido a crise financeira. Sendo assim, a negociação continuou e a corretora fez questão de que Rilavia conhecesse a residência e fechasse o negócio. Na primeira quinzena de julho, o casal viajou cerca de 200 km para conhecer o imóvel. Durante toda a visita, Rilavia relata que a corretora, em companhia de seu suposto chefe, apresentou detalhadamente cada cômodo da residência, incluindo os pontos que precisariam passar por alguma manutenção.

Um fato havia chamado a atenção da família. Após abrir os portões da residência com chave, o casal viu que a porta externa parecia ter sido arrombada, pois estava fechada apenas por um pedaço de madeira. A desculpa apresentada pelo golpista foi de que o proprietário alugava o espaço para festas e, em uma delas, um grupo de jovem acabou quebrando a estrutura. Como a proposta era pagamento à vista, Rilavia conseguiu mais um desconto considerável. Agora, ao invés de pagar R$ 75 mil, pagaria R$ 55 mil, uma diferença total de R$ 35 mil se considerar que a casa custava R$ 90 mil. O pagamento seria via transferência bancária ao proprietário. 

Seguindo orientação dos corretores, o casal registrou os documentos na capital paulista, pois o dono seria de lá e não conseguiria vir à região para assinar os papéis. No momento de realizar a transferência, o proprietário afirmou que estava devendo para o banco e pediu para que o dinheiro fosse enviado à conta de sua suposta sobrinha. Após resistir por alguns momentos, Rilavia cedeu e fez a operação bancária. Ela enviou os documentos registrados em cartório a amigos advogados, que afirmaram que não havia nada de errado com a papelada.

Poucos dias depois, a família precisou de um comprovante de residência da casa nova e ligou para a corretora para pedir auxílio. A confirmação do golpe não poderia ter sido em momento pior para a família. Com todos os bens dos três em um caminhão, eles chegaram à porta da casa que haviam comprado, no bairro Cibratel, com as chaves em mãos. Mas as chaves não abriam as fechaduras. Preocupados com a situação, eles acionaram um chaveiro da região para abrir as portas. "Achamos que tinham trocado por causa da mudança", conta. Quando conseguiram entrar e já estavam descarregando os últimos móveis do caminhão, a Polícia Militar chegou ao local para atender a um chamado de invasão de propriedade.

Eles foram conduzidos ao 2º DP de Itanhaém, onde descobriram que a residência estava realmente à venda, mas por R$ 160 mil. Eles registraram boletim de ocorrência por estelionato e foram obrigados a sair da residência. Vídeos, conversas e documentos foram entregues à Polícia Civil para investigação e identificação dos estelionatários, assim como os dados bancários da pessoa para quem o depósito do dinheiro foi realizado.

Após passarem três dias sem ter onde ficar, conseguiram abrigo na casa de um conhecido em Osasco (SP), onde estão há quase dois meses. A família chegou a abrir uma vaquinha online para receber doações, já que Erivaldo, que era o único com trabalho antes da mudança, pediu demissão para morar no litoral paulista. (Com informações do portal G1).

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