Eletrobras fechou 2015 com um resultado negativo de R$ 14,4 bilhões.

A Eletrobras fechou 2015 com um resultado negativo de R$ 14,4 bilhões. O balanço da holding brasileira do setor elétrico foi divulgado na noite de ontem (30) e indica que em 2014 a empresa também havia fechado com balanço negativo: R$ 3 bilhões.
Segundo nota da Eletrobrás (Centrais Elétricas Brasileiras), entre os principais fatores que levaram ao prejuízo bilionário figuram a provisão de R$ 7 bilhões para contingências judiciais, com destaque para o empréstimo compulsório de R$ 5,3 bilhões; prejuízo de R$ 5,1 bilhões das empresas de distribuição; e o impairments de R$ 6 bilhões, dos quais R$ 5 bilhões somente para a Usina Nuclear de Angra 3.

Impairtments é uma palavra em inglês que significa deterioração e é uma regra segundo a qual a uma companhia deverá efetuar, periodicamente, análise sobre a recuperação de valores registrados (imobilizado e financeiro) ao valor recuperável estimado com base no valor presente do fluxo de caixa projetado.

Dados positivos

Já os impactos positivos no balanço foram a reversão de provisão para perdas em investimentos, que totalizaram R$ 611 milhões, principalmente em função da reversão de provisão de passivo do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) da Amazonas Energia,  (R$ 1,1 bilhão), em razão de decisão judicial favorável; aumento de 22,5% na receita de operação e manutenção no segmento de transmissão, devido ao reajuste tarifário anual, influenciado positivamente pela alta do IPCA; e pelas novas receitas decorrentes de investimentos em melhorias e reforços no sistema.

Houve, ainda, melhora de 146% no resultado de participações societárias e repasse de Itaipu de R$ 234 milhões. Um fator positivo no balanço foi, segundo a Eletrobras, o Ebitda (lucro antes das deduções de juros, impostos, depreciação e amortização), ajustado positivamente em R$ 2,8 bilhões, descontados a provisão judicial e os impairments.

Receita

Também afetaram negativamente o balanço da Eletrobras a redução de 53% da receita de venda de energia de curto prazo, na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (Ccee), reflexo principalmente da queda no valor do Preço da Liquidação de Diferenças (PLD) e, também, a energia vendida pela Eletrobrás, Eletronorte e Furnas, a longo prazo, no leilão A-1.

A empresa esclareceu que, em 2015, não foram apurados ganhos com as indenizações suplementares de transmissão (Rbse), cujos valores pleiteados pela Eletrobras são superiores aos contabilizados, uma vez que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) ainda não homologou os valores pleiteados pela Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) e pela Eletronorte. Quanto aos valores homologados de Furnas e Eletrosul, é necessária a definição pelo poder concedente da forma como o pagamento da indenização será feito.

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