Deadpool foge do gênero de heróis.
No mercado das adaptações cinematográficas de heróis dos quadrinhos, é possível dizer que a Marvel bebe bastante de sua dona, a Disney, ao entregar filmes coloridos e para "a família toda". Do outro lado está a DC, realista, escura e sombria, a exemplo – ou vítima, se preferir – de seu maior sucesso, a trilogia do Cavaleiro das Trevas dirigida por Christopher Nolan. A informação foi divulgada pelo portal G1.
De acordo com a publicação, com pequenas variações de tons, todas as produções recentes do gênero têm seguido uma das duas tendências. Esse é provavelmente o maior mérito de "Deadpool", que estreia nesta quinta-feira (11) no Brasil: o longa escapa sem esforço do espectro imposto pelas duas grandes editoras – com a bunda de fora e um dedo do meio erguido no processo.
O filme estrelado por Ryan Reynolds se sai muito bem ao adaptar o estilo paródia autoconsciente dos quadrinhos do personagem, um mercenário desbocado, desfigurado, e que tem o poder de curar qualquer ferimento.
Na produção da Fox, ele ganha uma namorada (interpretada deliciosamente pela brasileira Morena Baccarin), que serve como motivação pela busca de vingança contra o vilão Ajax (Ed Skrein, de "Game of thrones"). É um enredo bem direto e clichê, mas que consegue evitar grande parte dos erros de seus colegas de gênero através de piadas, autorreferência e violência desenfreada.
O espectador não tem de esperar por 40 minutos até ver seu herói super poderoso e uniformizado pela primeira vez. Wade Wilson já é Deadpool desde a primeira cena, e narra sua "história de origem" diretamente para o espectador.
Com isso, somos brindados com uma das melhores sequências de abertura, que brinca com os clássicos créditos iniciais e troca nomes das estrelas por chavões como "vilão britânico", "participação especial desnecessária" ou "babaca superestimado" – e ainda arruma tempo para lembrar do fracasso de Ryan Reynolds em "Lanterna Verde" (2011).
Desde que a primeira tentativa de levar Deadpool ao cinema resultou em um dos piores filmes de super-herói de todos os tempos ("X-Men Origens: Wolverine", de 2009), Reynolds tentava incessantemente redimir o personagem. Nesta quinta, ele finalmente consegue, com o filme mais engraçado estrelado por um personagem da Marvel – e muito próximo de ser um dos melhores.
Fonte: G1
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