Apple não atende FBI e quer aumentar segurança do iPhone e iCloud.

Pelo jeito vai ser longa a discussão entre o FBI e a Apple sobre o desbloqueio de pelo menos nove iPhones no país. É que ao invés de atender a solicitação do FBI, e criar meios para que a agência possa acessar os dados do Smartphone usado por Syed Rizwan Farook, um dos responsáveis por um atentado terrorista que resultou na morte de 14 pessoas em dezembro, a Apple planeja reforçar ainda mais a segurança de seu ecossistema. 

A Apple pediu nesta quinta-feira a um tribunal federal dos Estados Unidos que desconsidere a ordem judicial que exige que a empresa colabore com o FBI no desbloqueio de um iPhone. A empresa ainda recebeu o apoio de vários dirigentes do setor tecnológico, como o CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, e o da Google, Sundar Pichai. O CEO da Apple, Tim Cook, disse na quarta-feira que uma decisão judicial que obrigue a empresa a desbloquear o iPhone de um dos autores do ataque com 14 mortes em San Bernardino, na Califórnia, seria uma "má notícia" para os Estados Unidos. 

De acordo com o New York Times, a Apple quer evitar o modo de recuperação livre de senha em futuros iPhones; e segundo o FT, a empresa também quer criptografar os backups do iPhone no iCloud. Em particular, o FBI está de olho no backup no iCloud do smartphone que está em investigação e quer que a Apple crie um novo firmware que iria deixar o FBI realizar quantas tentativas forem necessárias para desbloquear o iPhone. E a melhor maneira de se recusar a cumprir estas ordens seria tornar essa abordagem tecnicamente impossível. É exatamente o que a Apple planeja fazer.

A Apple quer encontrar para os futuros iPhones uma maneira de desabilitar o “Modo DFU”, ou pelo menos limitá-lo. DFU significa “Device Firmware Update” ou, atualização do firmware do dispositivo, e é usado para instalar firmwares customizados. Jailbreakers conhecem este modo muito bem, uma vez que ele é usado para instalar uma versão especial do iOS para contornar algumas das características da Apple. O DFU está no centro do problema, pois é sua atual construção que permite que o pedido do FBI seja tecnicamente possível. Sem ele, a Apple seria incapaz de introduzir uma versão do sistema que permita às autoridades driblarem o sistema de segurança.

Quanto à segurança do iCloud, a Apple criptografa seus dados em seus servidores, mas ainda possui as chaves de descriptografia. Se o FBI pedir dados do iCloud à Apple, a empresa pode ser obrigada a descriptografar os backups do iPhone e entregá-los. Para evitar isso, a Apple está considerando a possibilidade de entregar as chaves aos usuários, e assim ela seria incapaz de fornecer a terceiros.

A implicação negativa disso é que caso os usuários percam suas chaves, podem ficar permanentemente sem poder acessar o iCloud, e a Apple não poderia ajudá-los. Mas com um pouco de devidas instruções e verificações de segurança regulares, a Apple poderia fazer a troca para todos os usuários existentes do iCloud. Essa situação é de suma importância, não apenas para a Apple, mas o resultado da disputa pode ser decisiva para muitas gigantes da tecnologia.

Fontes: Tudo Celular e O Tempo

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