O vice-presidente da República e presidente nacional do PMDB, Michel Temer, defendeu-se das críticas do presidente do Senado, Renan Calheiros, que também é do PMDB, e disse que a comissão executiva do partido tem “plena competência” para tomar decisões em nome da legenda.
Renan responsabilizou Temer pela mudança nas regras para filiação de novos deputados federais ao PMDB, aprovada na manhã de ontem (16) pela Comissão Executiva do partido, e por causar divisões internas.
Por meio de comunicado oficial assinado pela assessoria de imprensa do PMDB, Temer disse que a executiva pode tomar decisões que “preservem o partido de manobras e artimanhas que quebrem artificialmente a vontade expressa legitimamente pelas suas instâncias internas”.
A mudança na forma de filiação teria sido uma forma de barrar uma articulação do ex-líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani, com o Palácio do Planalto, objetivando retomar a liderança, o que Picciani nega.
“É correta a afirmação de que o
PMDB não tem dono. Nem coronéis. Por isso, suas decisões são baseadas no voto. O resultado apurado na reunião de hoje da executiva foi de 15 votos a favor da resolução e dois contrários, resultado revelador de ampla maioria. Decisão, portanto, democrática e legítima”, escreveu a assessoria de Temer.
O presidente do partido respondeu ainda a uma alusão feita por Renan a Ulysses Guimarães, liderança histórica do PMDB, morto em 1992. De acordo com o presidente do Senado, fazer reunião para “proibir a entrada de deputados” é um “retrocesso” que deveria fazer Ulysses “tremer na cova” .
“O deputado Ulysses Guimarães foi a maior liderança do PMDB. Qualquer jovem peemedebista sabe que seu desaparecimento se deu em um acidente em Angra dos Reis, em 1992. Seu corpo repousa no fundo do mar e devemos manter o respeito à sua história e sua memória, sem evocar seu nome em discussões que em nada enobrecem seu exemplo de retidão, honestidade e decência para todo o PMDB”, disse Temer.
Embora não tenha participado da reunião da Executiva, o vice-presidente concordou com a resolução aprovada ontem e articulou, juntamente com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a elaboração do documento.
Fonte: Agência Brasil.
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