Com alta do dólar, BC vende hoje até US$ 3 bi para tentar conter alta da moeda.
Com a disparada do dólar, o Banco Central (BC) decidiu fazer maior intervenção no mercado de câmbio. O BC decidiu vender hoje (8) até US$ 3 bilhões das reservas internacionais, com o compromisso de comprar novamente os dólares em novembro. Com mais dólares no mercado, o banco tenta conter a alta da moeda.
Ao vender dólares por meio dos leilões de linha, o BC retira dólares das reservas internacionais, mas apenas por um período. O dinheiro volta às reservas com a compra feita pelo BC na data estabelecida no leilão.
Além desse leilão de linha anunciado para hoje, o banco tem usado outra ferramenta para intervir no mercado de câmbio: os swaps cambiais. Nesse caso, a intervenção não compromete as reservas internacionais. O BC oferta contratos de troca de rendimento no mercado futuro. Apesar de serem em reais, as operações são atreladas à variação do dólar. No swap cambial, a autoridade monetária aposta que o dólar subirá mais que a taxa DI (taxa de depósito interbancário, ou seja, a cobrada em transações entre bancos). Os investidores apostam o contrário. No fim dos contratos, ocorre uma troca de rendimentos (swap) entre as duas partes. Quando o dólar sobe, o BC tem prejuízo proporcional ao número de contratos em vigor. Quando a cotação cai, os investidores deixam de lucrar.
Nos meses em que o dólar sobe, o BC tem prejuízo com as operações de swap. Quando a cotação cai, o órgão tem lucro. Os resultados são transferidos para os juros da dívida pública, aliviando as contas públicas quando os contratos de swap são favoráveis à autoridade monetária e precisando ser cobertos com as emissões de títulos públicos pelo Tesouro Nacional quando ocorrer o oposto. O BC tem feito leilões para rolagem de contratos de swaps cambiais.
Na última sexta-feira (4), o dólar fechou cotado a R$ 3,86, com alta de 2,68%. A cotação é a mais alta desde outubro de 2002. Na semana, a moeda americana acumulou alta de mais de 7%. Os últimos cinco dias foram de trajetória ascendente do dólar, que reagiu a incertezas políticas e econômicas e à crise chinesa. Clique aqui e leia mais sobre Economia.
Kelly Oliveira – Repórter da Agência Brasil.
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