Adolescente é morto durante operação policial em favela do Rio.

Rio - O adolescente Cristian Soares Andrade, de 13 anos, foi morto na manhã de hoje (8), durante operação das polícias Civil e Militar, na Favela de Manguinhos, na zona norte do Rio. Ação foi para prender quatro pessoas suspeitas da morte de um policial militar da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). O crime ocorreu na Ilha do Governador, em abril. A operação reuniu policiais da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), da Divisão de Homicídios e policiais militares da UPP.

A morte do menino revoltou os moradores. Eles interromperam o tráfego na Avenida Leopoldo Bulhões, uma das principais vias da região, ateando fogo em um monte de lixo. Segundo Jorge da Silva, tio de Cristian, o adolescente foi atingido ao tentar se proteger do tiroteio e morreu no local. "O pessoal falou que ele estava jogando bola, aí saíram tiros, e ele correu para dentro de uma casa. Falaram que tava passando uma mulher e ela caiu, e quando ele foi socorrer ela, tomou um tiro", disse.

A organização Fórum Social de Manguinhos divulgou uma nota em repúdio à morte do adolescente e creditou o assassinato aos policiais que participaram da ação. "Jogava bola, atividade cotidiana para qualquer criança, preta ou branca, na favela ou na zona sul. A diferença é que as crianças brancas da zona sul não precisam correr de policiais, tão pouco das balas que vêm de seus fuzis".

O delegado Rivaldo Barbosa, da Delegacia de Homicídios, disse não ser possível determinar ainda de onde partiu o tiro que matou Cristian, se da arma de policiais ou de traficantes. "O que eu posso afirmar, neste estágio da investigação, é que o adolescente estava no meio da troca de tiros, entre os traficantes e os policiais civis e militares. Neste momento eu não tenho como dizer quem foi o causador. Mas a gente vai dar uma resposta". Ainda, segundo ele, a morte do menino não aconteceu durante o jogo de futebol, mas em um momento posterior.

O delegado determinou a identificação de 14 armas dos policiais da Divisão de Homicídio que estavam diretamente envolvidos no tiroteio e também dos policiais militares. Já os policiais da Core, que também participavam da operação, não terão as armas analisadas porque não estavam no foco da ação, disse. Leia outras notícias do Rio de Janeiro, aqui.

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