CEO do Ashley Madison deixa empresa após vazamento de dados.

O Ashley Madison não aguentou a pressão. Em comunicado divulgado nesta sexta-feira (28), o portal que promove encontros extraconjugais anunciou que seu CEO Noel Biderman está deixando a companhia após a divulgação na internet dos dados sigilosos de milhões de usuários após um ataque de hackers. O portal está sendo processado por ex-usuários por valores que já superam US$ 500 milhões por não ter conseguido proteger os dados dos seus clientes. Alguns deles haviam até pedido para que o site retirasse todas as suas informações da rede para evitar possíveis ações de "piratas da internet" e não foram atendidos. A informação é da revista 'Época'.
  De acordo com a publicação, na segunda quinzena de 2015, o site que tinha como lema a frase “A vida é curta, curta um caso", foi alvo de hackers que invadiram o domínio e roubaram dados dos usuários - como nomes, dados pessoais e até números de cartão de crédito - e os divulgaram na web através de um banco de dados com quase 10 gigabites de informação. Além de terem tido suas informações acessadas por todos os tipos de público, muitos dos usuários também estão recebendo ameaças e chantagens.

A companhia canadense proprietária do site, a Avid Life Media, ofereceu uma recompensa de 500 mil dólares canadenses (cerca de R$ 1,34 milhão) para quem tiver qualquer informação sobre os responsáveis pelo ataque que invadiu a privacidade de milhões de usuários.

Biderman – criador original do Ashley Madison, em 2001 – estava sob fogo cerrado dos principais acionistas da Avid Life Media por uma suposta falta de precauções contra possíveis brechas na segurança do portal. Segundo matérias publicadas na imprensa americana, o ex-CEO recebeu diversos emails dos executivos da Avid nos meses anteriores ao ataque alertando sobre os perigos que um vazamento poderia trazer para a operação.

Uma mensagem enviada por Biderman para colegas mostra que o portal ainda não tinha nem mesmo um responsável em tempo integral pela segurança digital das informações. “Eu preciso de alguém que pense em segurança 24 horas por dias, sete dias por semana. Meu conselho está me mandando mensagens nada sutis sobre isso”, dizia o e-mail. Posteriormente, consultores teriam feitos diversos alertas sobre vulnerabilidades no sistema usado pelo portal – que acabaram se revelando fatais.

Suicídios


Após o vazamento das informações, pelo menos três pessoas se suicidaram. Segundo a polícia de Toronto, no Canadá, as investigações sobre os casos estão em curso e ainda é necessário confirmar a relação entre os suicídios e a difusão online das informações pessoais dos usuários que tiraram a própria vida. Em Ottawa, a capital do Canadá, um em cinco habitantes se inscreveu no site, fazendo de uma das capitais mais frias do mundo, uma das mais quentes para casos extraconjugais - e mais vulneráveis para brechas de privacidade após hackers marcarem o site como alvo.

Puladores de cerca no Brasil.

No entanto, vem justamente do Brasil a cidade com maior número de puladores de cerca digitais.  Com base nas informações vazadas, o site de visualização de dados Dadaviz publicou um ranking com as 25 cidades que mais tinham usuários cadastrados no Ashley Madison. São Paulo apareceu em primeiro lugar, com mais de 374 mil usuários. Nova York ficou em segundo lugar, com 268 mil usuários. Sydney completou o top 3. Rio de Janeiro ficou em 11º (156 mil usuários) e Brasília ficou em 20º (97 mil usuários).


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