Governo exigirá informações sobre segurança para construir condomínio.
O programa Minha Casa, Minha Vida vai passar a exigir um levantamento prévio sobre a segurança nos locais onde vão ser construídos os condomínios. É um avanço porque, desde o ano passado, já foram recebidas em todo o país 95 de milícias e do tráfico nesses conjuntos habitacionais, informou o telejornal 'Bom Dia Brasil'.
Era o sonho da casa própria. O homem que não quis ser identificado recebeu um apartamento do programa Minha Casa, Minha Vida. Mas não imaginava que ia viver dias de terror. O condomínio foi invadido por traficantes. “Nos intimidavam com armas de grosso calibre. Eles andavam para cima e para baixo armados, com pistolas na mão e isso intimidava, trazia muito medo para os moradores”, conta.
Nesta segunda-feira (27), a Polícia Militar prendeu três pessoas em uma comunidade que fica ao lado do condomínio. Policiais apreenderam um fuzil, uma pistola, radiotransmissores e drogas. Um menor foi encaminhado para delegacia. À tarde, houve confronto. Um suspeito de envolvimento com o tráfico morreu e um PM ficou ferido.
Flagrante do Globocop
A operação foi feita após flagrante do Globocop, mostrado no Bom Dia Brasil na semana passada. Homens armados caminhavam tranquilamente em um terreno ao lado dos prédios. O condomínio tinha sido invadido no fim do ano passado, antes de ser entregue aos moradores. Na época, a polícia disse que a ação foi comandada por traficantes. E retirou os invasores.
Mas, hoje, alguns donos de apartamentos preferem não morar ali. “Foi por um grande sonho que no meio do caminho virou pesadelo”, afirma o homem.
Especialistas em planejamento urbano defendem novos critérios de escolha da localização dos condomínios do programa Minha Casa, Minha Vida. E dizem que a segurança pública é um fator que deve ser levado em conta.
O presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil, no Rio de Janeiro, diz que os condomínios deveriam ficar em áreas centrais da cidade, com mais opções de transporte, empregos e serviços.
Em regiões menos vulneráveis à violência. “O que acontece nessas periferias é que é muito mais difícil para o secretário de segurança de qualquer estado garantir a segurança porque estão longe dos centros, estão na periferia”, acredita Pedro da Luz Moreira.
Mas o secretário municipal de Habitação do Rio de Janeiro pensa diferente. Ele diz que a prioridade da prefeitura é levar os programas habitacionais para bairros mais distantes. Alguns deles ficam em regiões consideradas hoje as áreas mais violentas do Rio de Janeiro. “A oferta de terreno que há hoje e a carência maior de habitação é na região mais periférica da cidade. Essas regiões também têm que ser desenvolvidas do ponto de vista urbanístico e econômico na nossa cidade”, afirma Carlos Portinho, secretário municipal de Habitação do Rio.
Para o secretário, é o estado que precisa levar segurança para esses locais. “Sem dúvida nenhuma não é a secretaria de Segurança Pública que vai ditar a política de habitação da cidade do Rio de Janeiro”, diz Carlos Portinho.
Prefeituras indicam as áreas para construção de condomínios
As verbas do programa Minha Casa, Minha Vida são repassadas pelo governo federal. E as prefeituras indicam as áreas para construção de condomínios.
O ministério das Cidades disse que vai mudar os critérios de escolha dos terrenos. Será exigido um diagnóstico de segurança na área do projeto, antes da construção.
O presidente Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio diz que construir em áreas distantes dos centros agrava os problemas das cidades. “Se eu retiro a população de áreas centrais onde eu já tenho a patrulha da polícia e eu levo para lugares distantes, ermos, que não tem a patrulha eu estou onerando o estado”, afirma Jerônimo de Moraes, presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio.
A secretaria de Segurança do Rio de Janeiro afirmou que não é consultada antes da construção dos condomínios. E que está planejando ações para região de Guadalupe, mostrada na reportagem.
Fonte: Bom Dia Brasil/G1
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