Acordo com União Europeia vai enterrar ainda mais economia grega.
O acordo assinado esta semana entre a União Europeia e o governo da Grécia é nocivo ao país e vai prejudicar ainda mais a situação social. Esta é a opinião da economista Maria Lúcia Fattorelli, fundadora do movimento Auditoria Cidadã da Dívida, que participou do programa Espaço Público, da TV Brasil nessa terça-feira (14).
Segundo ela, devido a situação de “crise humanitária, encolhimento do PIB [Produto Interno Bruto, soma de todas as riquezas de um país] e a questão social afetada”, seria melhor para a Grécia “enfrentar do que aceitar” as medidas de austeridade propostas pelos líderes europeus. “Vai cortar ainda mais? Tira do país a capacidade de reerguer completamente”.
Ao responder a perguntas de jornalistas e internautas, Maria Lúcia Fattorelli disse que ainda não é possível entender o motivo pelo qual a Grécia aceitou as condições impostas pelos demais países da zona do euro, mas afirmou haver um desequilíbrio entre as partes. De acordo com a especialista, que participou de uma auditoria, em Atenas, a convite do Parlamento grego, como os líderes europeus anunciam “abertamente” que não vão “emprestar mais moeda pra Grécia”, o país “teria que de uma hora para outra emitir uma moeda complementar”.
Apesar dessa previsão, Maria Lúcia acha que há a possibilidade de a Grécia continuar pertencendo à zona do euro. “Ela não poderia ser expulsa. Diante da pressão de entregar a moeda, ela poderia utilizar uma moeda eletrônica ou moeda paralela temporária para não ficar totalmente inviabilizada a vida das pessoas”. Durante a entrevista, a economista apresentou uma série de argumentos segundo os quais há um “sistema da dívida” que opera para que os países em dificuldade financeira se mantenham subordinados a uma lógica que, no caso da Grécia, objetiva um “apoderamento de todo aparato do Estado”.
Para Maria Lúcia Fattorelli, é necessário uma aceleração do processo de auditoria da dívida grega, para somente depois, excluída a parte ilegítima da dívida, se discutir como ela pode ser paga sem provocar crise humanitária. Ela informou que a auditoria na Grécia ainda é preliminar, não tendo sido submetida a crivos jurídicos nacionais e internacionais, como ocorreu, por exemplo, no Equador. No entanto, caso o país decida sair da mesa de negociações, essa reação “provocaria precipitação da revelação de todo sistema financeiro”.
“O acordo é nocivo ao país, vai enterrar ainda mais a economia. O único interesse [do acordo] é manter a Grécia sob os holofotes da grande mídia internacional", disse. “A saída da Grécia [da mesa de negociações] não interessa aos demais países, porque eles iriam perder cenário e escancarar muito rapidamente a utilização do país para esconder o salvamento bancário”.
A especialista acha que a Grécia não conseguiu reagir porque está só. “A partir do momento que crescer esse movimento nos demais países, de investigação, porque estão chegando numa situação de sufoco total, que tende a se aprofundar. Não pensem que os bancos ficarão satisfeitos com a parte de ativos que foi transferida até agora”, defendeu, citando países que também se encontram em momento de dificuldades financeiras, como Espanha, Portual e Irlanda.
O programa Espaço Público vai ao ar todas as terças-feiras, às 22h, na TV Brasil. É apresentado pelos jornalistas Paulo Moreira Leite e Florestan Fernandes Júnior. Na edição dessa terça-feira, contou com a presença da jornalista Leandra Peres, do jornal Valor Econômico.
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Fonte: Agência Brasil
Segundo ela, devido a situação de “crise humanitária, encolhimento do PIB [Produto Interno Bruto, soma de todas as riquezas de um país] e a questão social afetada”, seria melhor para a Grécia “enfrentar do que aceitar” as medidas de austeridade propostas pelos líderes europeus. “Vai cortar ainda mais? Tira do país a capacidade de reerguer completamente”.
Ao responder a perguntas de jornalistas e internautas, Maria Lúcia Fattorelli disse que ainda não é possível entender o motivo pelo qual a Grécia aceitou as condições impostas pelos demais países da zona do euro, mas afirmou haver um desequilíbrio entre as partes. De acordo com a especialista, que participou de uma auditoria, em Atenas, a convite do Parlamento grego, como os líderes europeus anunciam “abertamente” que não vão “emprestar mais moeda pra Grécia”, o país “teria que de uma hora para outra emitir uma moeda complementar”.
Para Maria Lúcia Fattorelli, é necessário uma aceleração do processo de auditoria da dívida grega, para somente depois, excluída a parte ilegítima da dívida, se discutir como ela pode ser paga sem provocar crise humanitária. Ela informou que a auditoria na Grécia ainda é preliminar, não tendo sido submetida a crivos jurídicos nacionais e internacionais, como ocorreu, por exemplo, no Equador. No entanto, caso o país decida sair da mesa de negociações, essa reação “provocaria precipitação da revelação de todo sistema financeiro”.
“O acordo é nocivo ao país, vai enterrar ainda mais a economia. O único interesse [do acordo] é manter a Grécia sob os holofotes da grande mídia internacional", disse. “A saída da Grécia [da mesa de negociações] não interessa aos demais países, porque eles iriam perder cenário e escancarar muito rapidamente a utilização do país para esconder o salvamento bancário”.
A especialista acha que a Grécia não conseguiu reagir porque está só. “A partir do momento que crescer esse movimento nos demais países, de investigação, porque estão chegando numa situação de sufoco total, que tende a se aprofundar. Não pensem que os bancos ficarão satisfeitos com a parte de ativos que foi transferida até agora”, defendeu, citando países que também se encontram em momento de dificuldades financeiras, como Espanha, Portual e Irlanda.
O programa Espaço Público vai ao ar todas as terças-feiras, às 22h, na TV Brasil. É apresentado pelos jornalistas Paulo Moreira Leite e Florestan Fernandes Júnior. Na edição dessa terça-feira, contou com a presença da jornalista Leandra Peres, do jornal Valor Econômico.
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