A ciência avança na
cura do câncer. Pesquisadores constataram que uma versão geneticamente modificada do vírus que causa herpes pode
curar câncer de pele. Segundo os especialistas, o
vírus da herpes modificado é inofensivo para células normais mas, quando injetado em tumores, se replica e libera substâncias que ajudam a combater o câncer, informou a agência de notícias "BBC".
Testes mostram que a terapia pode aumentar a sobrevivência dos pacientes por anos, mas apenas para alguns portadores de melanoma, o tipo mais grave de
câncer de pele. O resultado dos testes foram divulgados na publicação científica Journal of Clinical Oncology.
— Quando o
vírus da herpes infecta uma célula ele cresce dentro dela e a faz explodir, infectando as células ao redor. Por isso a ferida, são as células morrendo na sua pele", explica Richard Marais, do Cancer Research UK.
Técnica poderá ser usada para combater outros tipos de câncer.
— Eles modificaram o vírus de três maneiras. Primeiro, fizeram com que parasse de causar herpes. Segundo, fizeram com que crescesse apenas nas células cancerígenas. Por último, fizeram ele ser atraente para o sistema imunológico. Por isso, quando injetado em um tumor, ele mata o tumor e ativa o sistema imunológico, que caça outros tumores para matá-los, conclui. Para Richard Marais, a técnica poderá ser usada, no futuro, para combater outros tipos de câncer.
De acordo com informações da "BBC", tratamentos semelhantes de imunoterapia para melanoma já estão disponíveis nos Estados Unidos e na Europa, mas os pesquisadores acreditam que o vírus modificado, conhecido como
T-Vec, poderia se somar a isso. Seria também o primeiro tratamento para melanoma que usa um vírus.
Teste
O estudo é o maior teste aleatório de um vírus anticâncer e envolveu 436 pacientes de 64 centros nos Estados Unidos, Reino Unido, Canadá e África do Sul que tinham melanomas malignos inoperáveis.
— Há um crescente entusiasmo com o uso de tratamentos virais como
T-Vec para o câncer, porque eles podem lançar um ataque duplo nos tumores - matando células cancerígenas diretamente e colocando o sistema imunológico contra elas, diz o coordenador dos testes no Reino Unido, Kevin Harrington, do Instituto de Pesquisa do Câncer, em Londres.
— E, como o tratamento viral pode ter como alvo células cancerígenas especificamente, há uma tendência a ter menos efeitos colaterais que a quimioterapia tradicional ou algumas das novas imunoterapias.
Mais pesquisa.
— Estudos anteriores mostraram que o
T-Vec poderia beneficiar algumas pessoas com câncer de pele avançado, mas este é o primeiro estudo a provar um aumento de sobrevivência, disse Hayley Frend, gerente de ciência da informação do Cancer Research UK.
— O próximo passo vai ser entender por que apenas alguns pacientes respondem ao tratamento com
T-Vec, para ajudar a identificar quais pacientes poderiam se beneficiar disso, diz.
De acordo com o Inca (Instituto Nacional do Câncer), embora o
câncer de pele seja o mais frequente no Brasil (25% dos casos), o melanoma - que é mais grave, devido à possibilidade de metástase - representa 4% dos tumores malignos de pele.
Os riscos de desenvolver
câncer de pele aumentam com a exposição a raios UV.
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Fontes:
BBC e
G1. Edição: Gelsienny Terra.