Tesoureiro do Partido dos Trabalhadores é preso na Lava Jato.
Vaccari ficará preso na carceragem da PF. De acordo com informações do Jornal da Globo, como a prisão dele é preventiva, vai permanecer detido por prazo indeterminado. Na carceragem, também estão outros presos da Operação Lava Jato, entre eles o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró e o doleiro Alberto Youssef.
O Partido dos Trabalhadores já confirmou a saída de João Vaccari Neto das funções de tesoureiro do partido. O PT reafirmou a confiança na inocência dele e disse que os advogados do partido estão preparando um habeas corpus para tentar livrá-lo da prisão.
Ainda de acordo com o Jornal da Globo, a mulher e a cunhada de João Vaccari também são alvos da 12ª fase da Lava Jato. A esposa, Giselda Lima, foi ouvida em casa na manhã de quarta (15). A Justiça também decretou a prisão da cunhada, Marice de Lima, mas ela ainda está sendo procurada pela polícia. Caso não se apresente nas próximas horas, será considerada foragida.
A prisão de Vaccari fez parte da 12ª fase da Operação Lava Jato. Ele foi preso na casa dele, em São Paulo, e no início da tarde já estava em Curitiba. Para os investigadores da Lava Jato, ele é o operador do PT no esquema de corrupção que desviou bilhões de reais da Petrobras por meio de fraude e superfaturamento de obras.
No decreto que determinou a prisão do tesoureiro do PT, o juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato, afirmou que "em tal posição de poder e influência política, ele poderá persistir na prática de crimes ou mesmo perturbar as investigações e a instrução da ação penal".
Sérgio Moro afirmou ainda que "o mundo do crime não pode contaminar o sistema político-partidário". Para justificar a prisão, o juiz também lembrou que Vaccari responde desde 2010 por fraudes envolvendo a Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo.
Quando presidente da Bancoop, Vaccari teria desviado dinheiro que deveria ser usado na construção de apartamentos para contas bancárias de diretores da cooperativa e para o caixa dois de campanhas do PT, incluindo a que elegeu o ex-presidente Lula. “Crimes contra o sistema financeiro, corrupção, desvio de recursos se estendeu pelos anos seguintes. O fato da existência de uma ação penal em curso no estado de São Paulo não o intimidou em nada”, diz Igor de Paula, delegado da Polícia Federal.
Na decisão, o juiz Sérgio Moro também levou em conta o relato de pelo menos cinco acusados da Lava Jato que fizeram acordo de delação premiada.
Augusto Mendonça, do grupo Toyo Setal, disse que, a pedido de João Vaccari Neto, depositou dinheiro na conta da Editora Gráfica Atitude, de São Paulo, que pertence ao Sindicato dos Bancários e dos Metalúrgicos do ABC.
O Ministério Público apresentou uma planilha onde estão 14 repasses feitos pelas empresas de Augusto à gráfica entre 2010 e 2013 no valor total de mais de R$ 1,5 milhão.
Para o juiz Sérgio Moro, os pagamentos foram uma espécie de doação não contabilizada e não doações eleitorais registradas. “Nós estamos ainda no início dessa investigação e o principal é que essa gráfica já tem historicamente notícias de ligações político-partidárias”, diz Carlos Fernando Lima, procurador do Ministério Público Federal.
Outros que citaram o tesoureiro do PT nos depoimentos foram o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, e o ex-gerente da estatal, Pedro Barusco. Barusco disse na CPI da Petrobras que calcula que o PT recebeu entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões em propina. "Cabia ao PT, ao João Vaccari gerenciar. Cabia a ele, naquele percentual, uma parte", afirmou Pedro Barusco, ex-gerente da Petrobras, no dia 10 de março de 2015. "Não sei como o João Vaccari recebeu, se recebeu, se não recebeu, se foi doação oficial, se foi pago lá fora, aqui dentro e dinheiro. Eu não sei. Existia uma reserva de propina para o PT receber, agora se ele recebeu e da forma que recebeu, eu não sei", diz Pedro Barusco
Quando esteve na mesma CPI, na semana passada, Vaccari disse que nunca tratou de questões financeiras nem com Barusco nem com o doleiro Alberto Youssef, que também afirmou que repassou propina a Vaccari. "Eu não tratei de assuntos financeiros do PT com o senhor Alberto Youssef", disse João Vaccari Neto, ex-gerente do PT, no dia 9 de abril de 2015.
João Vaccari Neto é membro do diretório nacional do PT desde o início dos anos 2000. É bancário e sindicalista e foi um dos fundadores da CUT (Central Única dos Trabalhadores). Os investigadores da Operação Lava Jato ainda não decidiram quando vão ouvir o agora ex-tesoureiro do PT. Clique Aqui e Leia Mais Notícias. Curta o M.V no Facebook e siga no Twitter. (Fonte: Jornal da Globo).