Eduardo Suplicy foi a DP dar apoio a Mano Brown, detido por desacato.
O vocalista do grupo Racionais MC's, Mano Brown, foi liberado pela polícia civil de São Paulo pouco antes das 21h desta segunda-feira, 6. Ao deixar o local, o rapper foi cercado por fãs que lotaram a porta da delegacia e que demonstraram apoio ao rapper. Vários amigos de Brown também estavam no local desde o início da noite.
O rapper foi detido acusado de desobediência após ter sido abordado em uma blitz na avenida Carlos Caldeira Filho, na Zona Sul da cidade. O delegado Fábio Brandão, responsável pelo caso, falou sobre a ocorrência depois que Mano Brown deixou a 37ª DP. Segundo ele, Brown assinou um termo circunstancial de desobediência por não ter acatado à ordem de um policial durante uma blitz.
"Estava acontecendo uma ocorrência, ele viu, freou porque viu um cone. Diante disso, o policial militar pediu para que ele parasse. No momento da abordagem aconteceram divergências. O policial diz que ele resistiu à ordem de revista e ele diz que o PM usou força desproporcional. Pedro Paulo (nome de batismo de Mano Brown) disse que estava machucado no ombro e que o policial puxou forte na hora de colocar suas mãos na cabeça. Segundo o policial, ele seguiu os procedimentos. O policial não o reconheceu na hora da parada. Esse mesmo o imobilizou. Mano alega que foi xingado por policiais militares, ele não sabe quem. O policial disse que o rapper também xingou. Aqui na delegazia, ouvimos todo mundo. Ele responde por desobediência, agora vai para o fórum e é com o promotor. O mesmo vale para averiguar se houve excesso de força policial."
O delegado confirmou a acusação e disse que foi pedido exame de corpo de delito. "Foi pedido exame de corpo de delito para ele e para o policial. Ele está levemente escoriado nos braços, cabe a ele fazer o exame no IML. Ele levou uma requisição. A escoriação aconteceu quando ele foi imobilizado no chão. Vários policiais participaram do bloqueio, apenas um abordou e imobilizou Brown e dois se apresentaram como testemunhas. Brown relatou que foi algemado. O procedimento aqui em casos como este, em que a pessoa vai assinar um termo circunstancial, é tirar as algemas na delegacia e assim foi feito."
Para o delegado, cabe ao promotor julgar se houve excesso por parte do policial, mas o mesmo relatou que fez a abordagem padrão de quando alguém oferece resistência: "O policial disse que precisou deter o indivíduo e por isso agiu como agiu, mas talvez tenha promotor que não entenda assim. Mas é cabível (imobilizar e algemar), já que ele não quis ser abordado e é preciso pensar na segurança do policial em uma hora dessas. Algumas vezes entra o excesso. Falamos aqui que ele pode relacionar isso para a corregedoria da Polícia Militar."
De acordo com a polícia, Mano Brown estava passando pela região sozinho em seu carro, um Jetta de cor branca, e, ao perceber a blitz, freou bruscamente. Isso chamou atenção dos policiais, que pararam o carro. Ainda de acordo com a polícia, os agentes fizeram o procedimento de abordagem padrão e pediram que ele saísse do veículo. No momento em que pediram para que ele colocasse as mãos na cabeça, Mano Brown não teria gostado e o desentendimento teria tido início. Após o incidente, o rapper foi encaminhado ao 37º Distrito Policial. Ainda segundo a polícia, Mano Brown estava com a carteira de motorista vencida desde 2012 por causa de um exame médico pendente. Além disso, o carro, que está no nome da mãe dele, tem multas que somam cerca R$2300 e o IPVA vencido também desde 2012. Por estes motivos, o carro de Mano Brown foi apreendido. O delegado Fábio Brandão ressaltou que a ocorrência em relação ao veículo não tem nada a ver com o fato do rapper ter sido detido.
O advogado do rapper, Rafael Ornaghi, acusou os policias de abordagem indevida. "Ele foi parado na blitz, o reconheceram e a abordagem policial foi de forma violenta. Houve discussão e ele foi trazido para cá por desacato. Os policias dizem que pediram para ele colocar as mãos na cabeça, mas ele teve o braço forçado para trás, ele disse que pediu calma aos policiais mas foi algemado e jogado no chão", afirmou Ornaghi sendo cauteloso ao usar o termo agressão. "Foi levemente agredido, mas só vamos saber ao certo depois do resultado dos exames. Vamos acompanhar o andamento dessa ação, juntar provas e averiguar o que será feito", declarou.
Rafael também fez questão de descartar qualquer outro tipo de problema envolvendo seu cliente: "Gostaria de deixar claro que não há nenhum envolvimento com crime nesta ação. Não há nenhuma ilegalidade, não foi cometido nenhum delito. Não há envolvimento com o tráfico de drogas, como já ouvi falarem hoje. Ele tem provas e filmagens que serão juntadas ao processo posteriormente." Clique Aqui e Leia Mais Notícias. Curta o M.V no Facebook e siga no Twitter. (Fonte: Ego)