Crianças com deficiência visual têm acesso a clássicos da literatura infantil.
No dia Dia Internacional do Livro Infantil, lembrado hoje (2), a mãe de Eduardo, Janaina Chaves, comemora a autonomia do filho. “Ele mesmo pega o livro, interpreta, cria suas fantasias. Não precisa de ajuda de ninguém. Pelo contrário, conta a história para nós”. O livro faz parte da coleção Clássicos Acessíveis, produzida pela Fundação Dorina Nowill.
Depois de ler Robin Hood, Luiz Eduardo já pegou emprestado o livro João e Maria em uma biblioteca de Brasília que recebeu exemplares da coleção. “Eu ouvia muitas história, que outras pessoas liam, mas gosto de ler sozinho. A professora pediu para todos o lerem um livro na sala e eu eu contei a história do Robin”. Ele estuda no 3º ano, em uma escola regular do Distrito Federal.
Pai de uma menina de 6 anos, Edson Pereira é cego desde os 12. Para ele, compatilhar a leitura com a filha, que não é deficiente visual, é o mais importante. “É uma forma de compartilhar as mesmas histórias, os mesmos assuntos com as crianças que enxergam, que estão na sala comum. Eu, como pai cego, posso mostrar a história para minha filha. É um momento único”.
Coordenadora na Fundação Dorina Nowill, Regina Oliveira explica que o objetivo da coleção é fazer com as crianças cegas leiam com a amigos, professores e com os pais. Lançados no final de março, os livros foram distribuídos gratuitamente em bibliotecas, escolas públicas e instituições que atuam com o público com deficiência visual em todo o Brasil.
“São dez títulos que todo mundo conhece, que lemos na infância, mas só agora adaptamos em formato acessível. A gente colocou ilustrações em relevo e audiodescrição, em um CD, como as informações das cores, dos personagens”, afirmou Regina. Chapeuzinho Vermelho, Branca de Neve, Bela Adormecida, Cinderela, João e o Pé de Feijão, Os Três Porquinhos, Peter Pan e Rapunzel também foram adaptados.
Ler com a família e amigos, na escola e em casa, é fundamental para a formação de jovens leitores, na opinião da escritora Alessandra Roscoe. Com 25 livros infantis publicados e mãe de três filhos, ela acredita que uma relação prazerosa das crianças com a leitura é a principal forma de aproximar os pequenos dos livros.
“A criança tem que ter acesso, poder manusear. Tem que fazer do livro, às vezes, até um brinquedo. Isso cria na criança uma atitude amorosa com a leitura. Uma leitura partilhada, em voz alta, é fundamental, porque é um momento que o pai está se dedicando ao filho e a criança sente a importância do momento”, disse Alessandra. Clique Aqui e Leia Mais Notícias. Curta o M.V no Facebook e siga no Twitter. (Da Agência Brasil).