Biblioteca Nacional e IMS lançam o Portal Brasiliana Fotográfica.


Passear por paisagens do Brasil no século 19 – em especial as do Rio de Janeiro – e observar, em detalhes, fotografias do acervo do Instituto Moreira Salles (IMS) e da Biblioteca Nacional já é possível sem sair de casa. O Portal Brasiliana Fotográfica, lançado hoje (17), com 2,3 mil imagens, retrata um momento do país sob a ótica e foco de Marc Ferrez, grande nome da fotografia na época, Augusto Stahl e Revert Henry Klumb, que foi professor das princesas Isabel e Leopoldina e fotografou a intimidade da família imperial.

O novo portal permite que o internauta escolha as formas de busca e propõe galerias, com base em datas, autor, assunto, local e informações sobre o período. Também é possível ampliar as fotos e captar detalhes das imagens selecionadas, pois os arquivos foram digitalizados em alta resolução. A pessoa pode, ainda, pesquisar nas sessões Retratos, Reprodução Fotomecânica e Cenas de Rua.

“Temos que dar instrumentos para que a pessoa amplie e navegue dentre da imagem, sem que haja perda de qualidade, para que as pessoas possam gastar tempo com a fotografia, como se estivessem lendo um livro”, disse o presidente da Fundação Biblioteca Nacional, Renato Lessa. Ele destacou que todo material traz elementos para a compreensão da dinâmica social do país naquele período.

Em homenagem aos 450 anos Rio de Janeiro, o acervo do portal disponibiliza registros urbanos, de ruas, praças e palácios da então capital federal, onde Marc Ferrez produziu grande parte de sua obra, posteriormente ao lado dos filhos, inspirado pela paisagem de uma cidade em ascensão, em meio a natureza. As fotos de Ferrez permitem, hoje, o exame de elementos que não existe mais.

De outras regiões do país, o Portal Brasiliana, reúne imagens de São Paulo feitas por Militão Augusto de Azevedo e da cidade do Recife, de autoria de Francisco du Bocage. Registros fotográficos da capital do Pará, Belém, também fazem parte do acervo. São fotos que revelam hábitos urbanos, retratos da sociedade, incluindo de etnias indígenas e de moradores do campo. Tudo sob curadoria de Joaquim Marçal e Sergio Burgi.

“Além dos nomes importantes da história da fotografia, também estamos trabalhando aspectos da fotografia anônima, vernacular, enfim, daquela fotografia que foi feita pela sociedade. Isso é parte dos nossos acervos que estamos disponibilizando”, explicou Burgi, do IMS. Segundo ele, o projeto reúne mais de 100 fotógrafos, entre os anos de 1840 até cerca de 1930, neste primeiro momento.

Entre os destaques, além de imagens de coleção da família imperial, registrado como patrimônio pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), a coleção dispõe de fotos raras, como retratos médicos, feitos provavelmente por médico ortopedista, e registros da seca no Ceará, de 1878, feitos pelo jornalista e mais tarde abolicionista José do Patrocínio.

O portal também traz links para orientações técnicas sobre a preservação de fotos digitais voltada para a produção contemporânea, que ainda não integram o acervo montado pelas instituições. Clique Aqui e Leia Mais Notícias. Curta o M.V no Facebook e siga no Twitter. (Fonte: Agência Brasil)

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