Zuenir Ventura é o novo imortal da ABL.

"Acho que só vai cair depois da posse e do discurso. Eu estou muito nervoso, muito tenso, porque não é brincadeira. O peso simbólico desse fardão é muito grande, muito maior do que o peso físico. Então, acho que vai cair mesmo amanhã de manhã," palavras do jornalista e escritor Zuenir Ventrura.  Ele estava bastante emocionado na cerimônia de posse, na noite de hoje (6), na Academia Brasileira de Letras (ABL), na sede da instrução, no centro do Rio. 


Zuenir revelou que passou os últimos meses lendo a obra do escritor e romancista Ariano Suassuna, a quem sucedeu na Cadeira 32 da ABL. " Nessa releitura de Ariano, ele ficou maior até", analisou. O novo acadêmico disse que pretende, a partir de agora, divulgar ainda mais a obra do seu antecessor na instituição. "Se eu puder tornar o Ariano ainda mais acessível aos jovens, já vou me sentir realizado por isso, porque vou sucedê-lo e não substituir, porque Ariano é insubstituível. Vou tentar de alguma maneira ajudar a difundir a obra dele".

O acadêmico Domício Proença Filho, que na cerimônia entregou o diploma de imortal para Zuenir Ventrura, também estava feliz com a posse dele. " A presença dele traz uma pessoa que já era pensada para estar aqui. Falo com a suspeição natural de ser amigo há 60 anos, colega de faculdade e a vinda dele para este grupo de amigos da academia só enriquece a casa. Ele já vem tarde, já devia ter vindo há mais tempo. Temos ainda o privilégio de sermos alunos da mestríssima Cleonice Berardinelli", analisou.

Durante a cerimônia de posse, foi a acadêmica que recebeu Zuenir pela instituição. "Eu fico feliz, não digo honra, digo alegria que é menos pomposa, porque parece que quem está se dirigindo a mim está embaixo e não está" , avaliou Cleinice, que foi professora de Zuenir Ventura, assim como Domício Proença Filho.

O presidente da ABL, Geraldo Holanda Cavalcanti, disse que a chegada de Zuenir na Academia é mais um enriquecimento para a instituição. "É um homem que traz para a ABL uma biografia respeitável de um intelectual engajado, que sempre esteve à frente da luta pelos valores democráticos", avaliou.

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Para o acadêmico Celso Lafer, Zuenir levará a sua preocupação com problemas sociais para as análises que os integrantes da instituição costumam fazer. "É natural que traga porque os acadêmicos trazem a sua agenda e o pluralismo das suas preocupações. É isso que enriquece a vida da academia", destacou.

Cristina Indio do Brasil - Agência Brasil
Editor: Washington Luiz.

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