Senado aprova urgência para votar regulamentação do indexador de dívidas.
Mais cedo, parlamentares tiveram uma reunião com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que pediu mais tempo para o governo tratar da regulamentação. Levy se comprometeu a comparecer, na próxima terça-feira de manhã, à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, para explicar os impactos da mudança do indexador nas contas do governo e do ajuste fiscal previsto para este ano.
Para o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), a decisão de votar a matéria na semana que vem não está vinculada ao pedido do governo. Segundo ele, o projeto não pôde ser votado hoje, porque é preciso respeitar o prazo regimental de duas sessões antes da votação com pedido de urgência.
Renan admitiu que o Congresso pode analisar uma eventual proposta do governo sobre a regulamentação, desde que ela seja enviada antes da apreciação da matéria.
“Vamos votar o requerimento de urgência e apreciar a matéria na terça-feira. Se o governo construir até lá uma solução dentro do que quer com o ajuste, melhor. Caso não construa, vamos votar e aprovar no Senado na terça-feira. Se for vetado, apreciaremos o veto. Depois da conquista da apreciação de vetos em 30 dias, a palavra final cabe sempre ao Congresso Nacional”, acrescentou Renan, momentos antes da aprovação do requerimento de urgência.
A lei que mudou o índice que corrige as dívidas foi sancionada em novembro do ano passado, mas o novo indexador não é aplicado por falta de regulamentação. O presidente do Senado alegou que um tema superado acabou voltando à pauta do Congresso Nacional para ser novamente discutido. “A troca do indexador é uma decisão do Congresso Nacional. Ela retornou à pauta só porque precisava ser regulamentada, e o governo não regulamentou, o que significa dizer que ela voltou a criar problemas no dia a dia de nossa pauta. Mas nós vamos resolvê-la”, ressaltou o senador.
Ele disse ainda que o impacto da mudança do indexador das dívidas será de R$ 3 bilhões este ano. O governo anunciou que precisa fazer ajuste fiscal e economizar R$ 66 bilhões em 2015. Por isso, Renan adiantou que caberá ao ministro Joaquim Levy apontar onde os R$ 3 bilhões serão compensados no ajuste, incluindo cortes nos gastos do próprio governo.
“Como fazer ajuste sem tocar no setor público? Como fazer ajuste sem diminuir o número de ministérios e de cargos em comissão? Se as medidas forem frustradas em função de uma negociação com o Congresso, o ministro Levy tem de apresentar medidas adicionais para atingir o objetivo. Ajuste é isso. Por que não fazer uma revisão dos contratos do setor público? No Senado, temos mais de 800 contratos, mas fizemos uma revisão e economizamos em 2014 mais de 10% do que tínhamos gasto em 2013. Ajuste fiscal é isso. É isso que o governo precisa fazer”, concluiu.
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Fonte: Agência Brasil