Para evitar câncer Angelina Jolie anuncia extração de ovários e trompas.


A atriz Angelina Jolie publicou nesta terça-feira (24) um artigo no jornal The New York Times que provocou discussão o dia todo. Para prevenir um câncer, ela decidiu retirar os ovários e as trompas.

O relato da atriz de 39 anos é sincero e comovente. No artigo "o diário de uma cirurgia", Angelina Jolie diz que está cumprindo uma promessa que fez há dois anos, quando fez uma dupla mastectomia: deixar as mulheres informadas sobre seus próximos passos na prevenção ao câncer. Em 2003, um mapeamento genético revelou que a atriz tem uma mutação no gene brca-1. E que teria 87% de risco de desenvolver câncer de mama. Por isso, fez a primeira cirurgia. O exame também apontou um risco de 50% de surgimento de câncer de ovário. A mãe de Angelina descobriu esse tipo de câncer aos 49 anos e morreu. A atriz também perdeu a avó e uma tia para a mesma doença.

A esposa de Brad Pitt faz acompanhamento médico regular. Os exames de imagem - como o ultrassom - mostravam que estava tudo bem, mas um exame de sangue deu sinais de que um câncer poderia estar surgindo. Angelina afirma que conversou com vários médicos. E, movida pelo desejo de ver os filhos crescerem e de - no futuro - conhecer os netos, decidiu retirar os ovários e as trompas de falópio. A biópsia, feita em seguida, apontou a presença de um tumor benigno, mas nenhum sinal de câncer.
No artigo publicado no jornal, Angelina Jolie teve o cuidado de lembrar que a operação não é a única opção para mulheres com histórico familiar de câncer. Mas, de qualquer maneira, ela acabou alimentando um debate sobre esses exames genéticos e o uso que se deve fazer deles. O teste genético, feito por Angelina Jolie, existe no Brasil há quase uma década. Custa de R$ 2 a R$ 7 mil, dependendo da complexidade. A geneticista Lygia da Veiga Pereira explica que o exame não é indicado para todos, depende do histórico familiar.

“Só um caso de câncer em 10, ou seja, 10% dos canceres, são hereditários. E é nesses casos que você precisa fazer, que seria interessante você fazer o teste genético”, destaca Lygia da Veiga Pereira, geneticista da Universidade de São Paulo.

A cirurgia para a retirada de ovários e de trompas de falópio é relativamente simples, mas há consequências importantes. Os ovários são responsáveis pela produção dos hormônios estrogênio e progesterona, que são hormônios e a falta deles antecipa a chegada da menopausa. A ginecologista Lisa Anderson, do hospital Mount Sinal, em Nova York, faz um alerta: "Pesquisas indicam que os tipos mais agressivos de câncer no ovário surgem nas trompas de falópio e dificilmente são detectados nos exames de imagem. Com risco alto, aos 39 anos e depois de ter filhos, eu acredito que Angelina fez a coisa certa".



Já a oncologista Tatiane Caldas Montela, do Instituto Nacional do Câncer, no Rio de Janeiro, diz que nem todos os casos exigem cirurgia. “O geneticista, é ele quem indica e conversa com a paciente sobre a opção de cirurgia e sobre as outras opções. Uma vez a alternativa não sendo a cirúrgica, essa paciente pode ficar fazendo os exames periódicos como ressonância da mama, como ultrassom transvaginal, a ponto de detectar precocemente a doença”, disse a oncologista.

O oncologista Paulo Hoff, defende a cirurgia em casos específicos. “Para pessoas que tenham um número elevado de câncer na família e que tenham tido um teste genético positivo, a única maneira de prevenção efetiva hoje em dia seria o tratamento cirúrgico, a remoção do órgão em risco. No entanto, é importante ressaltar que esse tipo de procedimento não dá 100% de proteção, ainda será necessário se fazer um acompanhamento. O risco que você tem quando uma pessoa de destaque uma atriz ou um ator se submete a um procedimento é que as pessoas imediatamente sintam que devem fazer o mesmo tipo de procedimento. Para a vasta maioria da população este tipo de procedimento não estaria recomendado”, destaca o oncologista.

O Ministério da Saúde declarou que não existe consenso científico sobre a eficácia do exame de rastreamento genético para diagnosticar o câncer de ovário. E que para casos muitos específicos, de mulheres com histórico familiar da doença, o SUS oferece o exame em hospitais de referência que desenvolvem pesquisas.

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Fonte: G1

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