Lula critica a falta de avanço na democratização dos meios de comunicação.
Para Luiz Inácio Lula da Silva, a consolidação e aprofundamento da democracia é maior avanço do país. O ex-presidente do Brasil faz referência ao período que ficou conhecido como Nova República. Que teve inicio há 30 anos, com a posse do então vice-presidente eleito José Sarney, que assumiu interinamente o comando do país. O ex-governador do Maranhão foi o primeiro presidente civil do Brasil, após quase 21 anos do golpe militar de 31 de março de 1964. A Nova República, ou sexta República, é marcada pela redemocratização política do Brasil, segundo informações da Agência Brasil.
Em entrevista à BBC Brasil, Lula defendeu democratização dos meios de comunicação e uma reforma política que permita o financiamento público das campanhas eleitorais e não mais o realizado por empresas. O petista também ressaltou o aumento da liberdade de expressão no País e a queda da desigualdade social como conquistas deste período.
Segundo Lula, só com democracia, organização e pressão do povo, foi possível reduzir a pobreza, diminuir a desigualdade e tirar o país do Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas (ONU). O ex-presidente do Brasil afirmou também que é preciso um "salto de qualidade" na democracia e na transparência com a reforma política. "Para isso, o meu partido, o Partido dos Trabalhadores, propõe, por exemplo, financiamento público de campanha", disse.
Luiz Inácio Lula da Silva criticou ainda a falta de avanço na democratização dos meios de comunicação de massa. "São seis famílias que detêm quase o total do mercado dos meios de comunicação. Isso ainda precisa avançar muito", disse.
Segundo informações da revista 'Época Negócios', Lula foi um dos personagens brasileiros de diferentes setores convidados pela BBC para opinar sobre os maiores e menores avanços após a ditadura. Os demais entrevistados foram a urbanista Raquel Rolnik, o cientista político José Álvaro Moisés, o coordenador do Observatório de Favelas, Jailson de Souza, o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, e a diretora da Casa das Garças e ex-economista do Fundo Monetário Internacional (FMI), Monica de Bolle.