Jovem morre em fábrica da Apple por excesso de trabalho.
Na China, um jovem de 26 anos, que trabalhava em uma fábrica da Apple, morreu por excesso de trabalho. O caso ocorreu no dia 3 de fevereiro, Tian Fulei trabalhava na produção de iPhones e sofreu um colapso após trabalhar em turnos de 12 horas diárias, sete dias por semana, de acordo com informações do site Mail Online.
Tian foi encontrado morto num dormitório que compartilhava com outros trabalhadores. Segundo a família, Fulei trabalhava sem descanso em Pegatron, uma das maiores fábricas de produtos da Apple.
A irmã do operário, Tian Zhoumei, disse que ele parecia saudável até o dia de sua morte e o excesso de trabalho foi o motivo decisivo para seu falecimento. A Pegatron, no entanto, nega que o ambiente de trabalho tenha contribuído para o ocorrido. Sem dinheiro para fazer uma autópsia, a família não se conforma com a resposta da empresa ao caso. “A explicação da empresa foi que ele não foi trabalhar naquele dia, porque disse que estava com um resfriado e ficaria descansando no dormitório”, disse a irmã do operário ao Mail Online.
De acordo com informações divulgadas pela imprensa, Tian Fulei ganhava um salário mensal fixo de 1.800 yuans (cerca de 895 reais), mas fazia horas extras para conseguir pagar as contas de seu casamento, marcado para maio deste ano. Segundo a irmã da vítima, a Pegatron não lhe permitiu guardar uma cópia do documento com a carga horária de trabalho do operário.
A política interna da Apple proíbe mais do que 60 horas de trabalho semanais, exceto em caso de “emergência” ou circunstâncias “incomuns”. No entanto, um relatório da ONG China Labor Watch (CLW) mostrou que os trabalhadores das fábricas da Pegatron trabalharam mais de 60 horas semanais em setembro, outubro e novembro de 2014.
O caso também foi apurado pela CLW. De acordo com a ONG, os funcionários da indústria fizeram, em média, 95 horas extras no mês de novembro - mais do que o dobro do limite de 36 horas mensais previsto pela lei chinesa.
De acordo com Kevin Slaten, ocorre uma coerção para o trabalho excessivo. “Existe uma quantidade tremenda de horas extras forçadas”, disse ele ao Mail Online. Segundo a China Radio International, meio controlado pelo governo, 1.600 pessoas morrem por dia de tanto trabalhar no país. Já a estimativa do China Youth Daily traz um número ligeiramente maior: o excesso vitimaria 600 mil chineses por ano. Com informações da revista Exame.
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