Esquema de corrupção na Petrobras era dividido em quatro núcleos.

Ao cruzar os depoimentos dados em delação premiada pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e pelo doleiro Alberto Youssef a Procuradoria Geral da República conclui que o esquema de desvio de dinheiro era organizado em quatro grande núcleos. 

O núcleo político, segundo informações da 'Globo News', era formado por parlamentares, que usavam os partidos para indicar e manter funcionários de alto escalão na Petrobras, em especial diretores.

De acordo com o Ministério Público Federal, esses parlamentares recebiam vantagens indevidas pagas por estas empreiteiras, que formavam o chamado núcleo econômico, formada por empresas contratadas pela Petrobras que atuavam em cartel, segundo informações.

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As empresas pagavam proprina a parlamentares e funcionários da alto escalão da Petrobras, que integravam o núcleo administrativo, e garantiam o funcionamento do esquema.

O quarto núcleo, o financeiro, é formado pelos operadores, que segundo as investigações recebiam a propina das empreiteiras e a repassavam a políticos usando estratégias para ocultar a origem do dinheiro.

De acordo com depoimento dos delatores, o esquema foi montado pelo ex-deputado federal José Janene, do Partido Progressista, falecido em 2010. Foi ele que indicou Paulo Roberto Costa para diretoria de abastecimento da Petrobras.Segundo os relatos, Janene recebia a maior parte da propina e distribuia os recursos aos outros parlamentares de acordo com a força de cada um no partido. 

Além de Janene, a cúpula do Partido dos Trabalhadores era formada pelos deputados Mário Negromonte, ex-ministro das Cidades do governo Dilma, João Pizolatti, Pedro Correa e Nelson Meurer. Segundo Yousseff, cada um recebia entre R$250 mil e R$500 mil por mês. Os demais deputados do PP recebiam entre 10 e R$150 mil por mês, mas segundo os delatores, depois da morte de Janene, houve uma disputa em torno da liderança do partido. 


Alberto Youssef disse que quando o líder do PP passou a ser Mario Negromonte houve um enfraquecimento do grupo, pois enquanto Janene sempre atendia as demandas dos colegas de partido Mario Negromonte, João Pizolatti, Pedro Correa e Nelson Meurer passaram a ser autofavorecer. Outro grupo formado por: Ciro Nogueira, Arthur de Lira, Benedito de Lira, Dudu da Fonte e Agnaldo Ribeiro se rebelou e assumiu a liderança do partido.

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Nos depoimentos ao Ministério Público, Paulo Roberto Costa disse que empresas que atuavam em contratos da Petrobras pagavam propina aos diretores da estatal e que parte desses valores foi direcionada ao PT, PMDB e PP, inclusive na campanha eleitoral de 2010.

Costa integrou a diretoria da Petrobras entre 2004 e 2012, nos governos Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Ele foi preso em março pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal, sob a acusação de integrar a quadrilha comandada pelo doleiro Alberto Youssef. Após fazer acordo de delação premiada com a Justiça, Costa foi autorizado a ficar em prisão domiciliar. Com informações da Globo News.

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