Datafolha: Maioria foi às ruas protestar contra a corrupção.

No último domingo, 15 de março, o Instituto Datafolha realizou uma pesquisa de opinião durante a manifestação realizada em São Paulo. O resultado, que foi divulgado nesta terça-feira pelo jornal "Folha de São Paulo", mostra que a maior motivação de quem compareceu no ato foi protestar contra a corrupção. Esta foi a opção escolhida por mais da metade dos entrevistados.

Segundo o Datafolha, o pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff ficou em segundo lugar na motivação dos manifestantes, escolhido por 27%. Ainda foram avaliadas as opções "Protestar contra o PT" (20%) e "Protestar contra os políticos" (14%). 

O instituto também informou que 210 mil manifestantes estiveram na Avenida Paulista para o ato. A pesquisa revela que 82% das pessoas entrevistas afirmaram que votaram no candidato do PSDB Aécio Neves, no segundo turno das eleições de outubro. Trinta e sete por cento se disseram simpatizantes do partido tucano e 74% declararam que estavam participando de uma manifestação na rua pela primeira vez.

O Datafolha comparou o resultado desta pesquisa com uma outra realizada pelo instituto feita na sexta-feira passada (13), durante o ato realizado pelos movimentos CUT, UNE e MST, em favor do governo Dilma Rousseff e em favor da Petrobras. Segundo os dados confrontados, o ato do dia 13 foi formado majoritariamente por eleitores da presidenta, com 71% dos entrevistados afirmando que votaram nela no segundo turno das eleições. As principais motivações foram: protestar contra as perdas dos direitos trabalhistas (25%), aumento salariais para os professores (22%), reforma política (20%), em defesa da Petrobras (18%), em defesa da presidenta (4%). Os entrevistados também responderam mais de um motivo para estar presente no ato. 

De acordo com os dados da pesquisa, o perfil social dos participantes de ambas as manifestações foi avaliado como mais elitista do que a maioria da população. Sessenta e oito por cento dos entrevistados no ato liderado pela CUT tinham ensino superior, contra 76% dos que participaram da manifestação do dia 15. Já a renda dos manifestantes de domingo era mais alta, com 41% das pessoas declarando que recebem mais de 10 salários mínimos, ante 10% dos que estavam no ato do dia 13. 

Segundo o estudo, divergências profundas aparecem na avaliação do governo de Dilma Rousseff, desaprovado por 96% dos manifestantes do dia 15 de março e por 26% dos que estiveram no ato do dia 13, e na opinião sobre a relação de Dilma com o esquema de corrupção na Petrobras. Os números da pesquisa feita no domingo apontam que 90% responderam que a presidenta sabia dos malfeitos e deixou ocorrer. Na sexta, o maior grupo (36%) achava que ela sabia, mas avaliava que ela nada podia fazer para evitar. 


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O estudo avalia que, apesar de estaram em espectros opostos, os entrevistados apresentaram pontos de vista em alguns aspectos, nos dois atos. A democracia foi amplamente defendida em ambos os grupos, que apontaram o sistema como o melhor para o país. A avaliação do Congresso Nacional foi negativa também em ambos os grupos de manifestantes: ruim ou péssimo para 61% dos entrevistados no ato liderado pela CUT e 77% entre os que marchavam no domingo. Com informações do Jornal do Brasil.

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