Dan Stulbach 'imitando' Tas e piadas ruins marcam estreia do novo CQC.

Não surpreendeu. Sem Marcelo Tas, o CQC estreou seu oitavo ano nesta segunda-feira na Band depois de muito alarde por parte de produção e elenco, que prometiam resgatar os "anos áureos" do humorístico, quando ele ainda mantinha bons índices de audiência e era um programa relevante na televisão aberta. De acordo com informações da revista "Veja", a maior expectativa recaía sobre o ator Dan Stulbach, que deixou a Globo depois de doze anos de casa para substituir Tas na bancada - e, pelo que se viu na estreia, talvez tenha feito mau negócio.

O ator Dan Stulbach tentou deixar de lado a postura de apresentador global comportado que exibiu quando cobriu as férias de Fátima Bernardes no Encontro em 2014, mas esbarrou no histórico do CQC, que teve Tas à frente do programa por sete anos. Visivelmente com medo de errar o tom no humorístico, marcado pela irreverência, o ator "se transformou" no apresentador anterior: falou aos berros, arrastando uma palavra ou outra, exatamente da mesma forma que Tas costumava fazer.

Segundo a reportagem da revista "Veja", parecia que em alguns momentos o substituto de Marcelo Tas não sabia o que fazer e passava a bola para seus colegas de bancada, Rafael Cortez, que voltou ao programa depois de uma passagem pela Record, e Marco Luque, um dos poucos a continuar depois da reformulação do CQC. Cortez resgatou um quadro clássico do programa, o CQTeste, que desafia famosos a responder perguntas sobre os mais variados temas. É um quadro que aposta no humor, provocado pela confusão das celebridades ao dar as respostas. A edição desta segunda, com Luiz Bacci, no entanto, não provocou nem um sorriso amarelo.


De acordo com a publicação, outras partes do programa que também teriam como ponto forte o humor decepcionaram. O repórter Lucas Salles, outro que ficou da temporada anterior, desperdiçou o tempo dos espectadores e a passagem aérea que o levou a Buenos Aires para acompanhar a Copa Davis. Depois de se esforçar para aparecer com uma bandeira do Brasil nas transmissões de canais esportivos que cobriam o evento, o rapaz debochou de argentinos das mais variadas maneiras, abusando do clichê ao apostar na rivalidade entre os dois países.

Um dos novos quadros, Serviço de Atendimento para Famosos Solteiros, apresentado por Maurício Meirelles, foi outra grande bomba do programa. Na atração, uma celebridade finge tentar encontrar um namorado(a) por meio de um aplicativo de celular. O famoso se esforça para convencer alguém a sair com ele e, quando isso acontece, o encontro é marcado. Meirelles acompanha tudo por uma câmera escondida e dá dicas absurdas ao convidado, como pedir a outra pessoa em namoro com menos de vinte minutos de encontro. Nem o participante da vez, o apresentador João Kléber, ilustre pelo lastimável programa Teste de Fidelidade, da RedeTV!, conseguiu arrancar uma risada durante o quadro.

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As melhores partes do programa foram as que se aproximaram do jornalismo. O repórter Erick Krominski fez um bom trabalho no novo quadro Serviço de Atenção ao Consumidor, que denunciou a alteração da quilometragem de carros usados. Já o repórter Juliano Dip fez a lição de casa ao mostrar os diversos problemas que ocorrem na cidade de Paracatu, em Minas Gerais, em decorrência da mineração de ouro a céu aberto.

Como bem lembrou Dan Stulbach no decorrer do programa, o CQC se consagrou em seus primeiros anos por unir jornalismo e humor, combinação que a nova equipe tenta reavivar agora. Mas, ao menos na estreia, a atração se esqueceu do segundo ingrediente dessa mistura e ficou com cara de "piada velha".

Fonte: Revista Veja

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