Último foragido da nona fase da Lava Jato, Mário Góes, se entrega a PF.

Mário Góes, apontado como um dos operadores do esquema de desvio de dinheiro da Petrobras, se entregou neste domingo (8) na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, onde os demais envolvidos estão presos. O nome de Mario Góes aparece na lista dos operadores financeiros. Segundo os investigadores, os 11 lavaram centenas de milhões de reais desviados da Petrobras. Mário Frederico Mendonça Goes estava foragido desde quinta-feira (5), quando teve prisão decretada, mas não foi encontrado em seu endereço no Rio de Janeiro.

Segundo Pedro Barusco, ex-gerente de Serviços da Petrobras, Mário Góes atuava em nome de várias empresas contratadas pela estatal, ele operava um esquema de corrupção na Petrobras usando a mesma forma de atuação do doleiro Alberto Youssef e do empresário Fernando Baiano. Em delação premiada, Barusco disse que se encontrava periodicamente com Góes para receber propina, dinheiro em espécie, entregue em mochilas com valores que variavam entre R$ 300 mil e R$ 400 mil. Com a prisão de Mário Góes, a polícia cumpriu os quatro mandados de prisão dessa fase da operação Lava Jato. Além de Góes, os sócios Gilson João Pereira e João Gualberto Pereira e Sergio Ambrosio Marçaneiro, diretor financeiro da Arxo foram detidos. A empresa é suspeita de pagar propina a funcionários da BR Distribuidora, uma subsidiária da Petrobras, em troca de informações privilegiadas e favorecimento nas licitações.




Para a manhã de segunda (9), estão marcados os depoimentos de um dos sócios da Arxo e de Mario Góes. A empresa Arxo negou envolvimento com o esquema. Disse que os contratos com a BR Distribuidora são firmados por pregão eletrônico, um processo idôneo e público. A empresa disse ainda que está colaborando com as investigações e que está encaminhando para as autoridades todos os documentos referentes à relação comercial com a Arxo.

As denúncias que envolvem a Petrobras também se refletem em outros países. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, foi aos Estados Unidos para pedir às autoridades americanas apoio nas investigações sobre as fraudes na Petrobras. Janot chegou a Washington mantendo silêncio sobre as informações que tenta obter na capital americana sobre a operação Lava Jato. O procurador-geral da República sorriu, mas não disse uma só palavra ao entrar em um hotel que fica a três quadras da Casa Branca, onde ele e a equipe de quatro investigadores estão hospedados.

A comitiva brasileira terá reuniões em várias instituições, como a Securities and Exchange Comission, o equivalente americano da nossa Comissão de Valores Mobiliários. Como a Petrobras negocia suas ações na Bolsa de Valores de Nova York, irregularidades na empresa se refletem no mercado americano. Segundo o jornal Financial Times, desde o ano passado, a SEC e o Departamento de Justiça abriram uma investigação para apurar as fraudes na Petrobras.
   

Com informações do Fantástico/ G1

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