Governo de
São Paulo ainda não reduziu o consumo de água. Consulta feita no site da
Sabesp (Companhia de Saneamento Básico de SP) mostra que a
Secretaria Estadual da Casa Civil - que inclui o
Palácio dos Bandeirantes, onde o
governador Geraldo Alckmin (PSDB) mora com a família - não reduziu o consumo de água, apesar da crise de abastecimento. O valor passou de R$ 19,4 mil para R$ 22 mil, nos meses de referência de fevereiro e março deste ano. Ou seja, houve um aumento de 13,4% no consumo. A reportagem é de
Luís Adorno, da
RedeTV!.
A assessoria do governo diz que a conta de fevereiro é referente a dezembro de 2014 e a de março, referente a janeiro de 2015. Para o governo estadual, é preciso levar em conta na comparação que o mês de dezembro tem mais funcionários em férias e, assim, há menos consumo. A assessoria nega o aumento e diz que está na faixa do bônus há 10 meses. A
Sabesp afirmou que não vai se manifestar sobre o assunto.
Em dezembro de 2014, o governo estadual anunciou uma multa para quem aumentasse o consumo de água. Em uma coletiva de imprensa, Alckmin explicou que o aumento seria da seguinte maneira: quem consumisse até 20% a mais, pagaria 20% a mais, e quem gastasse mais do que 20% teria um aumento na conta de 50%. O percentual seria calculado com base na média de fevereiro de 2013 até janeiro de 2014.
Enquanto isso, o governador tucano continua negando, desde o ano passado, que haja racionamento de água em São Paulo. Nas eleições de 2014, quando Geraldo Alckmin foi reeleito no primeiro turno, com 57% dos votos, ele passou toda a campanha afirmando que não havia e que nem existia a possibilidade de ter racionamento de água no Estado.
No dia 14 de janeiro deste ano, porém, Alckmin assumiu pela primeira vez a falta de água nas casas e comércios de São Paulo. Entretanto, de maneira estratégica. “O racionamento já existe. Quando a ANA (Agência Nacional de Água) determina que você tem que reduzir de 33 para 17 [metros cúbicos por segundo] no Cantareira, é óbvio que você já está em restrição”, afirmou na saída de um evento.
Morre em SP mulher atingida por bala perdida.
Um dia antes da afirmação, no dia 13 de janeiro, a Justiça havia proibido a multa por aumento no consumo de água que o governo impôs. A justificativa era de que, para a multa existir, seria necessário assumir o racionamento de água. No dia 15 de janeiro, após Alckmin ter dito que “o racionamento já existe” à imprensa e a Justiça ter suspendido a proibição da multa por causa da declaração, ele voltou atrás e afirmou que foi “mal compreendido”.
Apesar das negativas oficiais do Estado, o diretor da Sabesp Paulo Massato chegou a afirmar, em 27 de janeiro, que São Paulo pode passar por um “racionamento drástico”, em que, se não chover, deve ser adotado um rodízio de cinco dias sem água e dois com abastecimento.
Fonte:
RedeTV!
Edição: Gelsienny Terra.
Fotos: Reprodução.