Clima esquenta e Renan e Aécio batem boca no Senado.
Os senadores Aécio Neves (PSDB-MG) e Renan Calheiros (PMDB-AL) tiveram uma discussão áspera depois de desentendimento entre ambos a respeito da escolha do primeiro secretário da Mesa Diretora do Senado. O PSDB havia indicado o nome de Paulo Bauer (PSDB-SC) para ocupar o cargo com base no princípio de proporcionalidade, que assegura às bancadas indicações baseadas no tamanho das mesmas. Quando PMDB e PT orquestraram uma candidatura para concorrer com a indicação tucana, o clima esquentou.
Renan resolveu colocar em votação a escolha do cargo. Por trás desse gesto houve uma articulação de PMDB e PT para que todos aqueles que haviam votado em Renan para presidente do Senado escolhessem Vicentinho Alves (PR-TO) como forma de impedir a indicação do PSDB. Foi por causa disso que Aécio resolveu discutir com o presidente da Casa.
“Vossa Excelência apequena esta Casa”, vociferou Aécio. Renan rebateu dizendo que o tucano havia perdido a eleição presidencial e que por isso deveria entender o respeito ao processo democrático. Aécio não conteve sua revolta e passou confrontar Renan aos gritos. “Perdi de cabeça erguida e Vossa Excelência venceu envergonhando”, disse o tucano. “Respeite a Mesa, tenha dimensão da democracia”, rebateu Renan.
Ao deixar o Plenário, Aécio acusou Renan de ser presidente apenas daqueles senadores que votaram nele e o elegeram presidente do Senado no último domingo (1º). “A degradação que tomou conta do governo federal infelizmente chega a essa Casa. Isso é absolutamente inaceitável”, criticou o tucano.
Desta forma, o PSDB acabou ficando sem nenhum representante na Mesa Diretora do Senado. Segundo publicação da Veja, o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PT-PE), admitiu o acordo deliberado para excluir a oposição – que apoiou Luiz Henrique (PMDB-SC) contra Renan Calheiros (PMDB-AL) na eleição para a presidência do Senado. “Nós fizemos uma opção política de estar com os líderes e com os partidos que não somente são parte da base de composição do governo, mas que estiveram com a candidatura do senador Renan”. Ele citou o exemplo da Câmara, onde o PT acabou derrotado e ficou de fora da Mesa Diretora, o que deixa mais evidente que a manobra desta quarta não passou de uma vingança pela derrota de Arlindo Chinaglia (PT-SP), candidato governista na Câmara.