Tristeza e homenagens marcaram o velório do surfista Ricardinho.
Participante das competições oficias do surfe mundial desde 2008, Ricardo ficou marcado ao conquistar o bicampeonato no Qualifying de Teahupoo, no Taiti, entre 2011 e 2012. O surfista foi morto na última terça após ser alvejado por tiros na Guarda do Embaú, uma das muitas praias da costa catarinense. Amigos e familiares lotaram o salão paroquial que recebeu a missa, entre eles o surfista Adriano de Souza, mais conhecido como ‘Mineirinho’, e Alejo Muniz. Amigo pessoal de Ricardo, o campeão do WCT, Gabriel Medina, não pôde comparecer ao velório, mas prestou homenagens pelas redes sociais.
Natural de Santa Catarina, Ricardinho, como era conhecido pelos mais próximos, chegou a vencer o norte-americano Kelly Slatter, maior campeão do WCT com onze conquistas, em uma das etapas do circuito profissional de surfe, há alguns anos. O surfista foi vítima de um policial militar que, ao ser intimado por Ricardo a não estacionar o carro em determinado lugar, reagiu violentamente atingindo o jovem com três disparos. O soldado Luiz Paulo Mota Brentano estava de folga no momento da ação e sequer prestou socorro à vítima.
O autor dos disparos, um policial de 25 anos que atua em Joinville (SC) e passava férias no litoral, alegou que agiu em legítima defesa ao ser ameaçado pelo surfista com um facão. O comandante-geral da Polícia Militar de Santa Catarina, coronel Paulo Henrique Hemm, lamentou o ocorrido em entrevista ao Diário Catarinense e garantiu que a investigação sobre o caso já está em curso. “Ele faz a história dele, está registrado nos altos. Também existe outra versão, que agora está na Justiça para que seja realmente cumprida a lei. Tomaremos as medidas administrativas que o caso requer”, comentou.
As ruas da Guarda do Embaú, em Palhoça, estavam vazias e o comércio fechou as portas em luto pelo surfista.