Falta água, falta energia e falta informação.

Falta água, falta energia e falta informação: o maior erro que governos e autoridades podem cometer em um processo de gerenciamento de crises e riscos é atribuir à imprensa a responsabilidade das ações de comunicação de riscos, diz o artigo de Cilene Victor publicado no Portal Comunique-se.

Segundo a autora, já estamos vivendo um desastre ambiental provocado pelas mudanças climáticas, então deveriam entrar em cena dois campos da comunicação ainda subestimados pelas autoridades competentes: a comunicação de crise e a comunicação de riscos.

Sistema energético é robusto, confiável e eficiente, diz ministro.


Mas para essas autoridades, a palavra comunicação é rapidamente confundida com disseminação de informação que, por sua vez, é atribuída à imprensa - grande erro!

Hoje cedo, ao ler os jornais, não vi nenhuma matéria que associasse o apagão de ontem ao nosso modelo de cultura, cada vez mais dependente de energia. A associação mais próxima, porém rasa, foi a do aumento das temperaturas com o uso de ar condicionado e outros equipamentos.

Passando o calor, o uso de equipamentos de refrigeração será reduzido, então, na cabeça de todos continuará a equivocada percepção de que o fornecimento de energia não correrá mais riscos - outro erro!

Muitos ainda pensam que há energia de sobra para manter diariamente todos os brinquedos ligados: TV, rádio, celulares, tablets e computadores.

A falta de água e de energia é uma realidade e precisa ser enfrentada, para tanto, acesso à informação (confiável), conhecimento e mudança de atitudes são a base que deverá garantir a nossa adaptação ao cenário que, infelizmente não é passageiro.

Os jornais de hoje estão preocupados com a exploração política deste cenário ambiental: “oposição vai cobrar explicações do governo Dilma”.

Faltou planejamento e boa gestão nos três níveis de governo, sim, sem dúvida alguma, mas poupar todos nós de responsabilidade, apostando no processo de vitimização, poderá custar muito caro.

Que as autoridades assumam a responsabilidade de reduzir a nossa ignorância, caso contrário ainda veremos manifestações nas ruas pelo direito de carregar as baterias dos smartphones. Não duvidem!

Neste exato momento, quantos equipamentos estão ligados nas tomadas de nossas casas? Estamos dispostos a ficar algumas horas longe do Facebook, do WhatsApp, do Twitter, da TV...?
   
Cilene Victor | Portal Comunique-se

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