Cidades francesas têm manifestação contra o terror.

Mundo - Milhares de pessoas manifestam-se hoje em várias cidades francesas em homenagem às vítimas dos ataques ocorridos nos últimos dias em Paris. Em Pau, no sudoeste do país, pelo menos 30 mil pessoas reuniram-se numa marcha silenciosa, num “grande movimento popular”, segundo o presidente de câmara, François Bayrou.

Também em Orléans, mais de 22 mil pessoas foram às ruas em homenagem às vítimas do atentado contra o jornal Charlie Hebdo, segundo uma fonte policial, em uma caminhada que contou igualmente com a participação de várias personalidades políticas da cidade. Em Nice, que conta com cerca de 350 mil habitantes, foram pelo menos 23 mil os manifestantes contabilizados pela polícia local.

Manifestação a favor da liberdade


As homenagens antecedem uma grande manifestação marcada este domingo (11), em Paris, que contará com a presença de vários líderes europeus e mundiais. Neste sábado (10), o primeiro-ministro francês, Manuel Valls, apelou a que não se baixe a guarda contra o terrorismo, pregando a necessidade de ser “implacável com os inimigos da liberdade”. Sobre os autores dos vários atentados registados esta semana em Paris, o chefe do governo francês lembrou que atacaram os valores da República e símbolos de França como a liberdade de expressão e de opinião.

Para garantir a segurança e evitar novas ações terroristas, cerca de 500 militares vão ser distribuídos por Paris e zonas envolventes, no âmbito do plano de proteção anti-terrorista Vigipirate, anunciou hoje o Estado Maior do Exército francês, na véspera de uma manifestação na capital a favor da liberdade.

“Este reforço de 500 militares é na região que abrange Paris” e irá acontecer “em duas fases”, disse o porta-voz do Estado Maior, o coronel Gilles Jaron. Os militares que vão se juntar ao efetivo policial, num total de 1.100 homens hoje e 1.350 no domingo na região de Paris.


A França registrou, desde quarta-feira, três incidentes violentos, que começaram com o atentado à sede do jornal Charlie Hebdo, em Paris, provocando 12 mortes - 10 jornalistas e cartunistas e dois polícias e deixando 11 feridos. Os dois suspeitos, os irmãos Said Kouachi e Cherif Kouachi, de 32 e 34 anos, foram mortos nesta sexta-feira (9), durante o ataque de forças de elite francesas a uma gráfica, em Dammartin-en-Goële, nos arredores da cidade, onde fizeram reféns.

Na quinta-feira, foi morta uma agente da polícia municipal, a sul de Paris, e fontes policiais estabeleceram já “uma conexão” entre os dois "jihadistas" suspeitos do atentado ao Charlie Hebdo e o suposto assassino. Na sexta-feira, pelo menos quatro pessoas foram mortas em um mercado 'kosher' (judaico) do leste de Paris durante um sequestro, incluindo o sequestrador, Amedy Coulibaly, morto durante a operação policial. 
   
Fonte: Portal EBC e Agência Lusa | Foto: Xinhua

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