Barbosa desmente mudança no reajuste do salário mínimo.
O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão enviou nota à imprensa neste sábado (3) informando que o cálculo do salário mínimo a partir de 2016 seguirá a regra vigente atualmente. De acordo com o comunicado, a proposta requer um novo projeto de lei, que será enviado ao Congresso este ano. A nota atribui as informações ao novo ministro da pasta: “O ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Nelson Barbosa, esclarece que a proposta de valorização do salário mínimo, a partir de 2016, seguirá a regra de reajuste atualmente vigente. Essa proposta requer um novo projeto de lei, que deverá ser enviado ao Congresso Nacional ao longo deste ano”.
Segundo informou o jornal O Globo, a nota foi publicada depois que Barbosa levou uma bronca da presidente da República, e, por ordem de Dilma Rousseff, divulgou nota em que afirma que “a proposta de valorização do salário mínimo, a partir de 2016, seguirá a regra de reajuste atualmente vigente”.
Dilma teria ficado muito irritada com a repercussão das declarações de Barbosa sobre a mudança na regra de reajuste do salário mínimo, e mandou o ministro divulgar uma nota desmentindo as afirmações. Antes, Dilma conversou por telefone com o ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil), e os dois avaliaram que Barbosa se precipitou, de acordo com informações divulgadas pelo jornal O Globo.
Durante a solenidade de posse de Dilma Rousseff, perguntado sobre como ficaria a regra de correção do salário mínimo, já que a atual expirou este ano, Barbosa afirmou: "Vamos propor uma nova regra para 2016 a 2019 ao Congresso Nacional nos próximos meses. Continuará a haver aumento real do salário mínimo" — destacou, sem adiantar a fórmula.
A declaração de Nelson Barbosa foi considerada um desastre político pelo Palácio do Planalto. De acordo com interlocutores de Dilma, houve falta de “sincronismo político”. A equipe econômica vinha estudando uma nova fórmula de correção dos rendimentos, com o aval do Planalto, mas o núcleo político do governo queria que esse assunto viesse à tona somente no segundo semestre.
Enfim, manda quem pode, obedece quem tem juízo - Com a ordem de Dilma para Barbosa desmentir as declarações, o governo, na prática, se comprometeu em manter a fórmula vigente, na contramão do que a equipe econômica pretendia.
Momento Verdadeiro com informações de O Globo.