Aumento no preço dos combustíveis pode ter impacto na conta de luz.


Economia - O anúncio feito ontem (19) pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, sobre o aumento do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) sobre os combustíveis e o retorno da Contribuição para Intervenção no Domínio Econômico (Cide) pode ter impacto nas despesas da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE). Com os impostos, o valor do diesel, combustível usado pelas termelétricas, teria um aumento de R$ 0,15 por litro.

“Ontem, o Ministério da Fazenda anunciou [aumento do] PIS, Cofins e Cide sobre diesel. Parte do consumo dos sistemas isolados é diesel e ele subiria de custo. Eu preciso agora fazer as contas para saber qual foi o impacto” disse o diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Tiago Correia, em entrevista aos jornalistas. Correa destacou que é preciso investigar se há algum tipo de isenção para o combustível quando este é usado pelas térmicas. 

IR: Correção de tabela é vetada após novas medidas.

Ele ressaltou que o valor da CDE que deve ser pago pelas distribuidoras este ano será maior que o de 2014, já que, além da possibilidade de impacto do diesel, o governo anunciou que o Tesouro Nacional não fará repasses à conta.  “Tivemos uma cota de R$1,7 bilhão em 2014 e, mesmo que haja alguma variação agora, ela vai ser mais que R$ 20 bilhões. Os números estão apontando para R$ 23 bilhões.”

Para que as empresas do setor possam cobrir os gastos, a Aneel deve definir uma revisão extraordinária nos próximos dias. O acréscimo de custos, possivelmente, será repassado aos consumidores. “Como esse aumento vai ser relativamente expressivo, é provável que haja uma revisão extraordinária para repassar isso para as tarifas, o que isso teria impacto para o consumidor”, explicou Correa.

A CDE é um dos componentes dos reajustes de luz. A conta é custeada pelos consumidores atendidos pelo Sistema Interligado Nacional. Os recursos são usados para promover fontes alternativas, como eólicas, pequenas centrais hidrelétricas, biomassa e carvão mineral nacional, além da universalização da energia elétrica no país. Desde 2012, a CDE também é usada para compensar a redução das tarifas de energia promovida pelo governo federal.
   
Michelle Cannes - Repórter da Agência Brasil

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