Ajuste econômico não é "saco de maldades", diz ministro Levy.

Joaquim Levy, ministro da Fazenda, descartou um “saco de maldades ou pacotes” para fazer correções na economia e nas contas do governo. Em encontro com jornalistas que cobrem o setor e acompanhado do primeiro escalão, Levy fez questão de mostrar que as mudanças serão compatíveis com a proposta do governo em elevar a poupança pública.

O ministro não sinalizou quais tributos poderão ser elevados ou ajustados, mas, sobre os gastos, exemplificou medidas recentes do governo para aumentar o rigor na concessão de benefícios da Previdência Social. “[As primeiras] São medidas que se pautam na preservação do direito, mas faz ajustes de distorções e excesso que só servem para enfraquecer os direitos”, disse. Segundo ele, o governo está atuando para evitar desperdícios.


Para Joaquim Levy, a intenção de uma pensão é proteger um pai que, porventura, tenha sofrido acidente ou falecido. “Não é [conceder] uma renda vitalícia para alguém que tenha capacidade de trabalhar e é independente. No caso dos impostos também. Qualquer movimento será compatível com nosso objetivo”, destacou.

Na mesma linha, o ministro defendeu o “realismo tarifário”. “É um desafio importante no momento que se deve reorientar a economia. Temos de fazer coisas que tenha um mínimo de impacto na atividade econômica”, avaliou. Levy deixou claro que não haverá repasses do Tesouro Nacional para o setor elétrico para equilibrar a conta de energia, ficando a cargo dos consumidores o aporte final por meio das tarifas.

Para justifica os ajustes que o governo pretende realizar, Levy comparou o governo com famílias que têm orçamentos e devem honrá-los. “Às vezes, em uma semana você deixa de ir na balada ou comprar um tênis, porque tem de pagar outra coisa, como um caderno. Na hora de comprar, o material escolar vem na frente”, exemplificou. Conforme o ministro, o que o governo está fazendo é exatamente isso. “São decisões que todas as famílias sempre tiveram de fazer e que nos garantem a gente ir para frente”, completou.

O ministro explicou, ainda, a tributação de investimento. Garantiu que não será uma decisão “absolutamente imediata” e que o governo fará “bastante consultas”. “O objetivo, ou qualquer coisa que seja feita, fará parte de uma estratégia de harmonização, de maneira que a gente tenha a melhor composição possível de instrumentos de poupança, investimento. Vamos fazer com certa presteza, mas não é uma coisa eminente”, assegurou.

O novo Secretário do Tesouro Nacional, Marcelo Barbosa Saintive, admitiu que 2015 não será um ano fácil, porque será justamente de ajustes na economia. Ele destacou que as medidas de corte de gastos para o governo atingir o equilíbrio fiscal estão sendo estudadas e serão submetidas ao ministro Joaquim Levy. Saintine não adiantou valores e medidas.

   

Da Agência Brasil

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