Petrobras se pronuncia sobre as declarações de Venina Velosa.


A Petrobras se pronunciou sobre as declarações da ex-gerente Venina Velosa da Fonseca, reveladas em reportagem publicada hoje pelo jornal "Valor Econômico". De acordo com a estatal, a funcionária foi responsabilizada pela comissão interna que investigou irregularidades na refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, e que ela fez ameaças a seus superiores para se manter na gerência. "A empregada foi ouvida nesta comissão, momento em que teve a oportunidade, mas não revelou os fatos que está trazendo agora ao conhecimento da imprensa. A empregada guardou estranhamente por cerca de cinco anos o material e hoje possivelmente o traz a público pelo fato de ter sido responsabilizada pela comissão", disse a empresa.
A geóloga Venina Velosa deixou o cargo em novembro. "A empregada foi destituída da função de diretora presidente da empresa Petrobras Singapore Private Limited em 19/11/2014, após o que ameaçou seus superiores de divulgar supostas irregularidades caso não fosse mantida na função gerencial", prosseguiu o comunicado.


Esta é a segunda nota que a Petrobras divulgou. No primeiro comunicado, emitido no fim da noite de quinta-feira (11), a empresa evitou fazer ataques à funcionária e frisou que as denúncias feitas foram investigadas. O argumento foi repetido na nota de hoje: a estatal alegou ter aprimorado procedimentos e tomado providências.

Ainda de acordo com o "Valor", em e-mail enviado à presidente da Petrobras, Graça Foster, no último dia 20, a ex-gerente Venina Velosa da Fonseca reclamou que vinha sofrendo assédio e ameaças desde que fez as primeiras denúncias.

Abaixo a íntegra da nota da Petrobras:

"Com referência às matérias publicadas na imprensa a respeito de denúncias feitas pela empregada Venina Velosa, a Petrobras reitera que tomou todas as providências para elucidar os fatos citados nas reportagens. Não procede a afirmação de que não houve apuração por parte da Companhia em nenhum dos três casos citados por ela: RNEST [Abreu e Lima], Compra e Venda de BUNKER [em operações no exterior] e Irregularidades da Gerência de Comunicação do Abastecimento.

A Petrobras instaurou comissões internas de apuração, entre as quais uma referente aos procedimentos de contratação nas obras da RNEST [Abreu e Lima], em 2014. A empregada foi ouvida nesta comissão, momento em que teve a oportunidade mas não revelou os fatos que está trazendo agora ao conhecimento da imprensa. A empregada guardou estranhamente por cerca de 5 anos o material e hoje possivelmente o traz a público pelo fato de ter sido responsabilizada pela comissão.

A empregada foi citada no relatório desta Comissão com referência a responsabilidades por não conformidades consideradas relevantes. O resultado foi enviado às Autoridades Competentes (MPF, PF, CVM, CGU e CPMI) para as medidas pertinentes. A empregada foi destituída da função de diretora presidente da empresa Petrobras Singapore Private Limited em 19/11/2014, após o que ameaçou seus superiores de divulgar supostas irregularidades caso não fosse mantida na função gerencial.

A Petrobras instaurou comissões internas em 2008 e 2009 para averiguar indícios de irregularidades em contratos e pagamentos efetuados pela gerência de Comunicação do Abastecimento. O ex-gerente da área foi demitido por justa causa em 3 de abril de 2009, por desrespeito aos procedimentos de contratação da Companhia. A demissão não foi efetivada naquela ocasião porque seu contrato de trabalho estava suspenso, em virtude de afastamento por licença médica. A demissão foi efetivada em 2013. O resultado das análises foi encaminhado para a CGU e MP/RJ e há uma ação judicial em andamento visando ao ressarcimento dos prejuízos causados à companhia pelo ex-empregado.

Após resultado do Grupo de Trabalho constituído em 2012, a Petrobras aprimorou os procedimentos de compra e venda de bunker, com a implementação de controles e registros adicionais. Com base no relatório final, a Companhia adotou as providências administrativas e negociais cabíveis. A Petrobras possui uma área corporativa responsável pelo controle de movimentações e auditoria de perdas de óleo combustível, que não constatou nenhuma não conformidade no período de 2012 a 2014."

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Com informações do UOL e Petrobras.

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