MP denuncia PMs por corrupção de testemunhas do caso Amarildo.



Rio - Quatro policiais militares envolvidos no desaparecimento do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza foram denunciados por crime militar pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro e pela Auditoria Militar nesta quinta-feira (11). Os policiais são acusados de corrupção ativa de testemunhas na tentativa de atrapalhar as investigações da Divisão de Homicídios (DH) sobre o caso.

As prisões do major Edson Santos e do tenente Luiz Felipe de Medeiros, que eram comandante e subcomandante da UPP da Rocinha na época do crime, foram pedidas. Segundo o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), ambos estão presos cautelarmente por decisão do juiz da 35ª Vara Criminal da capital. Também foram denunciados pelo mesmo crime os soldados Newland de Oliveira e Silva Júnior e Bruno Medeiros Athanasio.

De acordo com a denúncia, os PMs pagaram R$ 850 e R$ 500 para que duas testemunhas acusassem o traficante Thiago da Silva Neris, conhecido como Catatau, pela morte do pedreiro. "É mais uma fraude montada pelo major Edson e do tenente Medeiros que foi desconstruída", afirmou a promotora Carmen Eliza Bastos de Carvalho.

Segundo a promotora do Gaeco, a testemunha Lucia Helena está desaparecida desde agosto deste ano, quando sua filha foi à Divisão de Homicídios fazer registro de ocorrência do seu sumiço. "Ela prestou depoimento dizendo que havia mentido a pedido do major Edson, mas não podemos afirmar que as duas coisas têm relação. Só posso afirmar que ela está desaparecida", disse a promotora, destacando que Lucia Helena estava no programa de Proteção à Testemunha e a polícia havia providenciado a sua mudança de residência. Na época dos depoimentos, quando Lúcia Helena voltou atrás e resolveu contar que havia mentido, um dos soldados foi até o trabalho dela na Barra da Tijuca, na Zona Oeste, para coagi-la.

Segundo as investigações, as testemunhas eram subornadas até com fralda descartáveis. Há registro de um SMS enviado para o próprio major Edson fazendo o pedido. De acordo com a polícia, Amarildo foi torturado e morto por policiais militares em julho de 2013. Ao todo, 25 PMs são acusados de envolvimento no desaparecimento do ajudante de pedreiro, cujo corpo não foi encontrado. Eles respondem pelos crimes de tortura, ocultação de cadáver, fraude processual e formação de quadrilha.

Relembre o caso - Amarildo sumiu após ser levado por policiais militares para ser interrogado na sede da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) durante a "Operação Paz Armada", de combate ao tráfico na comunidade, entre os dias 13 e 14 de julho de 2013.

Tag: Rio de Janeiro; Amarildo

Com informações do telejornal RJTV/Globo.

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