Aécio Neves não pode virar "arroz de festa".

Política - O senador Aécio Neves (PSDB-MG) desembarca nesta terça-feira em Brasília com a missão de assumir o posto de principal porta-voz da oposição no Congresso. De acordo com informações do jornal 'O Globo', tucanos e líderes de outros partidos de oposição defendem que seja adotada a linha pregada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. FHC quer uma oposição sem tréguas ao governo até que a presidente Dilma Rousseff (PT). Uma oposição que não será leniente com a corrupção e que levará às últimas consequências a apuração do escândalo que envolve aliados na Petrobras. Leia o artigo, aqui. Para tucanos, os 48,4% dos eleitores que apoiaram a oposição este ano querem mudança, cobram oposição ferrenha e rejeitam diálogo com o governo do PT.
Segundo o jornal 'O Globo', Aécio Neves chega no meio da tarde a Brasília e deverá ser recepcionado por manifestantes no aeroporto e no Congresso. Amanhã, fará um pronunciamento no Auditório Nereu Ramos, com governadores da oposição, parlamentares e lideranças de todos os partidos que o apoiaram no segundo turno.

Alguns tucanos acreditam que, pelo fato de Fernando Henrique ser um dos principais formuladores do partido, a tendência é de que a declaração a favor da Aécio afaste temporariamente disputas com vistas a 2018. A aposta é que Aécio construirá o projeto presidencial com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, principal alternativa ao mineiro dentro do ninho tucano. "Aécio tem o “recall” da frustração nacional. Fez campanha corajosa no sobe e desce. A liderança que conquistou é intransferível pela singularidade da campanha que enfrentou e quase ganhou. O artigo de Fernando Henrique automaticamente remete a ele — afirmou o presidente do DEM", José Agripino.

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Os tucanos dizem que Aécio terá que se equilibrar agora em uma linha tênue que assegure uma atuação vigorosa no Senado, mas sem se expor a embates cotidianos com senadores petistas. A ideia é que o embate diário caiba a outros integrantes da tropa oposicionista, como José Agripino (DEM-RN), José Serra (PSDB-SP), Álvaro Dias (PSDB-PR), Tasso Jereissati (PSDB-CE) e Ronaldo Caiado (DEM-GO). "Aécio não pode virar arroz de festa e ficar batendo boca com Gleisi (Hoffmann) ou Lindbergh (Farias). Não pode banalizar o sentimento de mudança da sociedade — explica o presidente do PSDB mineiro, deputado Marcus Pestana".

Fonte: O Globo

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