Advogado de Fernando Baiano diz que quer acareação entre cliente e o doleiro Youssef.

Mário de Oliveira Filho, advogado responsável pela defesa de Fernando Soares, conhecido como “Fernando Baiano”, afirmou nesta quarta-feira (19) que o depoimento do cliente foi adiado para a próxima sexta (21). Oliveira Filho, porém, disse não ter recebido informações da Polícia Federal sobre os motivos do adiamento.

Apontado pelo doleiro Alberto Youssef como operador do PMDB no esquema de corrupção que envolve a Petrobras, Fernando Baiano, na avaliação do advogado, está sendo usado como “bode expiatório” no processo da Lava Jato. Em delação, o ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa acusou o PT, PMDB e PP de receber dinheiro oriundo de propina – os partidos negam. “O depoimento ficou para sexta [19], não sei a que horas nem sei motivo”, disse o advogado, que afirmou ter recebido a informação de um delegado da Polícia Federal



Antes de entrar na Superintendência da PF na capital paranaense, Oliveira Filho havia dito que não há “a menor chance” de o cliente oferecer à Justiça Federal do Paraná delação premiada no processo da Lava Jato. Segundo Mário de Oliveira Filho, “só depende do delegado” que ocorra uma acareação entre Fernando Baiano e Alberto Youssef. “Uma coisa é ele conhecer um ou outro [do PMDB], que até deve conhecer, mas ter negócios, ser operador, isso aí é o Youssef falando o que quer. Tem que provar. […] Ele conheceu o Youssef, todo mundo conhece, mas não tem negócios. A acareação só depende do delgado”, completou.

Relembrando: Lava Jato - Operação que investiga um esquema de lavagem de dinheiro que teria movimentado cerca de R$ 10 bilhões e provocou desvio de recursos da Petrobras, segundo investigações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal. Na primeira fase da operação, deflagrada em março deste ano, foram presos, entre outras pessoas, o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. A nova fase da operação policial teve como foco executivos e funcionários de nove grandes empreiteiras que mantêm contratos com a Petrobras que somam R$ 59 bilhões. Parte desses contratos está sob investigação da Receita Federal, do MPF e da Polícia Federal. Ao todo, foram expedidos, nesta sétima etapa, 85 mandados em municípios do Paraná, de Minas Gerais, de São Paulo, do Rio de Janeiro, de Pernambuco e do Distrito Federal.

Conforme balanço divulgado pela PF, além das 23 prisões, foram cumpridos 49 mandados de busca e apreensão. Também foram expedidos nove mandados de condução coercitiva (quando a pessoa é obrigada a ir à polícia prestar depoimento), mas os policiais conseguiram cumprir seis.

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Fonte: G1

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