Desde o início da ofensiva do
Estado Islâmico (EI) para controlar a
cidade curdo-síria de Kobani há 20 dias, cerca de 412 pessoas morreram, informou nesta terça-feira (7) o
Observatório Sírio de Direitos Humanos. Do total, ao menos 20 são civis, a maioria assassinada pelos
jihadistas nas imediações da cidade. Quatro deles foram decapitados pelos radicais. Além disso, pelo menos 219
membros do EI morreram em confrontos e emboscadas feitas pelas
Unidades de Proteção do Povo Curdo (YPG, na sigla em língua curda). São 173 baixas entre os milicianos curdos, entre elas uma mulher que cometeu um atentado suicida no último domingo, após invadir um quartel do EI nos arredores de Kobani.
Estado Islâmico executa mais um refém.
O EI começou no último dia 16 sua ofensiva contra a cidade sírio-curda e, desde então, tem conseguido avançar mesmo com os bombardeios da coalizão internacional, liderada pelos EUA. Ontem, os jihadistas conseguiram entrar na cidade pelos lados leste e sudoeste e ainda não foram contidos pelas forças de defesa. Combatentes avançaram para o sudoeste da cidade curdo-síria durante a noite, disse nesta terça-feira um grupo que monitora o conflito na Síria, tendo conquistado vários edifícios para ganhar posições no ataque pelos dois lados da cidade.
A perspectiva de que a cidade, na fronteira com o território turco, caia em mãos dos militantes que a sitiam há três semanas aumentou a pressão sobre a Turquia, que tem o Exército mais poderoso da região, para se juntar a uma coalizão internacional na luta contra o Estado Islâmico. Do lado da fronteira turca, duas bandeiras do Estado Islâmico podiam ser vistas sobre o lado leste de Kobani. Dois ataques aéreos atingiram a área e tiroteios esporádicos podiam ser ouvidos.
Combatentes do Estado Islâmico estavam usando armas pesadas e lançando projéteis no avanço sobre Kobani, disse a oficial do alto escalão curdo Asya Abdullah à Reuters, falando de dentro da cidade. "Ontem houve um confronto violento. Lutamos arduamente para mantê-los fora da cidade ", disse ela por telefone. "Os confrontos não estão em toda a Kobani, mas em áreas específicas, nos arredores e em direção ao centro."
O Estado Islâmico, um ramo da Al Qaeda, ampliou sua ofensiva nos últimos dias contra a cidade fronteiriça de maioria curda, apesar de ter sido alvo de bombardeios da coalizão liderada pelos EUA destinados a deter o seu avanço. O grupo quer conquistar Kobani para consolidar uma ampla conquista de território no norte da Síria e do Iraque, em nome de uma versão absolutista do Islã sunita, que vem abalando o Oriente Médio.
Kobani é um dos três principais enclaves curdos da Síria faz fronteira com o território turco no norte. As milícias curdas são um dos principais oponentes do EI no Iraque e Síria, onde a organização extremista sunita proclamou um califado em junho.
Fonte: R7
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