"Quem entende de milícia é o Pezão", diz Garotinho durante debate na Record.


Eleições 2014 - O candidato do PMDB à reeleição no governo do Rio, Luiz Fernando Pezão, foi o principal alvo de ataques dos demais quatro adversários na disputa eleitoral no debate da Record Rio, realizado na noite desta sexta-feira (26). Pesquisa Datafolha divulgada na noite desta sexta mostra Pezão à frente na disputa, com 31% das intenções de voto. Em segundo lugar, estão Anthony Garotinho (PR), com 23%, e Marcelo Crivella (PRB), com 17%.

Pezão recebeu críticas em questões relativas à segurança, saúde, educação e transportes. Todos os candidatos sugeriram ainda que os governos de Pezão e Sérgio Cabral (PMDB) privilegiaram grupos de empresários em detrimentos de políticas públicas. O episódio em que Cabral foi fotografado em Paris ao lado de empresários com guardanapos na cabeça foi lembrado por todos os adversários.

Datafolha: Pezão tem 31%, Garotinho, 23%, e Crivella, 17%.

Crivella reiterou a continuidade da política de UPPs (Unidades de Política Pacificadora), mas ressaltou a importância de os governantes darem o exemplo para que não ocorra corrupção na Polícia Militar. Na semana passada, o terceiro comandante na hierarquia da PM do Rio foi preso por suspeita de integrar quadrilha que recolhe propina.

— Se o governador viver envolvido em escândalo, com guardanapo na cabeça, não há moral. Se não tiver exemplo, não há segurança pública.

Para Tarcísio Motta (PSOL), o governo Pezão priorizou as empresas em detrimento de políticas públicas. A crítica surgiu quando Motta respondia a pergunta de Pezão sobre as obras do Arco Metropolitano.

O peemedebista rebateu dizendo que o Arco Metropolitano é a "nova fronteira do desenvolvimento do País" e tem atraído investimentos de empresas que geram empregos aos jovens da Baixada Fluminense.

Segurança pública x milícias

Logo no primeiro bloco, Lindberg e Garotinho (PR) atacaram a política de segurança do atual governo e insinuaram ligações de Pezão com milícias da zona oeste. Lindbergh apontou que, no Estado do Rio, o número de comunidades dominadas por milícias aumentou 115%.

Ao ser questionado sobre as propostas de enfrentamento, Garotinho insinuou que Pezão teria envolvimento com um miliciano de Campo Grande, na zona oeste.

— Quem entende de milícia é o Pezão. No debate passado, eu apresentei uma foto dele com seu padrinho Sérgio Cabral abraçados com um miliciano de Campo Grande.

O candidato do PT também atacou Garotinho, afirmando que ele também estaria envolvido com milicianos.

— O candidato Garotinho também não pode falar muito, porque seu governo também tem envolvimento com as milícias. O chefe da Polícia Civil do governo Garotinho foi preso. E na operação que prendeu o Álvaro Lins [chefe da Polícia Civil], tinha exatamente esse tema, envolvimento com milicianos.

Garotinho se defendeu dizendo que o erro era de total responsabilidade do então chefe da Polícia Civil, que foi afastado do cargo.

Ataques: alianças do passado

Tarcísio Motta procurou ligar o Partido dos Trabalhadores, de Lindberg Farias, ao governo Cabral, ao lembrar que a Secretaria do Meio Ambiente chegou a ser dirigida Carlos Minc. Lindberg defendeu que os petistas devem se dissociar dos governos do PMDB.

— Fizemos uma luta política e acho que o PT tem de sair de todos os governos do PMDB. Foi uma batalha política. Lula e Dilma abriram os cofres ao Rio de Janeiro e o governo não aproveitou. Tivemos Minc que fez bom trabalho, organizou a pasta, criou o Inea (Instituto Estadual do Ambiente). A gente acha que esse governo se perdeu, Cabral e Pezão defenderam interesses das empresas e se distanciaram do cidadão.

Por sua vez, Lindberg lembrou que Pezão integrou o governo de Rosinha Garotinho nos anos de 2005 e 2006.

— O passado pertence ao passado. Graças a Deus eu me livrei de Pezão e da quadrilha do PMDB. Quero olhar nos seus olhos e dizer que eu errei.

Saúde em foco

As falhas na área da saúde também foram foco de críticas. Crivella apontou que a fila de cirurgias tem 20 mil pacientes e Garotinho classificou o Hospital da Posse, em Nova Iguaçu, como "um matadouro". O candidato do PR disse que, se eleito, assumirá a responsabilidade dos hospitais da Posse e de Mesquita, também na Baixada Fluminense. Já o candidato do PRB, em crítica a Pezão, afirmou que não gastará "essa fábula de recursos com autopromoção enquanto houver fila na saúde".

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Pezão também foi criticado por Lindberg sobre a administração da saúde no Estado, que é feita por OSs (Organizações Sociais). De acordo com o candidato do PT, desde o início das OSs, não houve concursos públicos para a área da saúde, e os funcionários passaram a ser indicados por deputados que estariam por trás das OSs. Em resposta, Pezão afirmou que o sistema permitiu que o número de pacientes atendidos e de especialidades no Estado aumentasse e prometeu fazer novos concursos, caso seja necessário.
— A OSs permitiram muitas contratações que não eram possíveis. Trouxemos médicos como o neurocirurgião Paulo Niemeyer para operar na nossa rede. A contratação de neurocirurgiões só foi possível pelas OSs. Elas estão permitindo o funcionamento do Hospital da Criança e também que quatro carretas percorram por todo Estado fazendo mamografia, raio-x e ressonância magnética.

Tarcísio Motta criticou a política de remoções para as obras da Copa e Olimpíadas. O candidato do PSOL destacou o fechamento do Estádio de Atletismo Célio de Barros e do Parque Aquático Júlio Delamare, além da remoção da Aldeia Maracanã, e criticou a administração do complexo.

Pezão "é a melhor opção", afirma irmão de Garotinho.

Fonte: R7

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