Após escapar do Boko Haram, estudante está em “trauma profundo”.


Uma das estudantes sequestradas pelo grupo terrorista Boko Haram em abril foi encontrada em um vilarejo no nordeste da Nigéria. A estudante de 20 anos está em “estado de trauma profundo”, segundo um líder comunitário, o que a impede de dar informações sobre sua identidade ou sobre o paradeiro das outras reféns. “Neste momento ela não está em condição de explicar exatamente como escapou. Tudo o que sabemos é que ela ou fugiu ou foi liberada pelo grupo porque eles sentiram que ela tinha se tornado um peso”, disse um meao jornal britânico Daily Telegraph um membro de um grupo de parentes e apoiadores das famílias das meninas levadas pelos terroristas.

As autoridades nigerianas confirmaram pela primeira vez a fuga de uma das alunas de uma escola de Chibok, no Estado de Borno. Moradores acreditam que a garota escapou, mas a polícia aposta na tese de que ela foi liberada pelo grupo. Moradores afirmam que ela foi encontrada vagando em campos nos arredores de Hong, um distrito de Adamawa, vizinho de Borno. Uma célula do Boko Haram concentra-se em Damboa, a mais de 120 quilômetros de distância. Uma foto da estudante deve ser distribuída a familiares para ajudar na identificação.

Dezenas de estudantes escaparam dos terroristas no momento do ataque ou pouco depois, mas cerca de 219 continuam desaparecidas. O Guardian falou com algumas das que conseguiram fugir e os relatos de horror incluíam abusos, mutilações e conversões forçadas ao Islã. Em alguns casos, as vítimas apresentaram um estado de catatonia ao ouvir o nome do Boko Haram.

A confirmação da libertação da estudante ocorre alguns dias depois de o Exército nigeriano ter emitido um comunicado dizendo que todas as reféns haviam sido libertadas – informação desmentida minutos depois pelos próprios militares. A confusão de informações das autoridades nigerianas é grande a ponto de anunciarem a morte do chefe do grupo terrorista pela terceira vez. 

O porta-voz do ministério da Defesa, Chris Olukolade, confirmou a morte de Abubakar Shekau, dizendo que o homem que se passava pelo chefe terrorista – um sósia – havia sido eliminado em Konduga, também no Estado de Borno. Ele seria o impostor que assumiu o posto do chefe extremista nos vídeos divulgados pelo Boko Haram recentemente. Dois comunicados sobre a morte de Shekau haviam sido divulgados anteriormente por autoridades nigerianas, em julho de 2009 e junho de 2013.

O Boko Haram normalmente lança mão de sequestros em suas ações, mas o crime contra as estudantes foi alvo de críticas voltadas principalmente à incapacidade do governo em recuperar as vítimas e conter os terroristas. Também nesta quarta, as autoridades informaram, sem dar detalhes, que mais de 260 integrantes do grupo haviam se rendido.

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Fonte: Veja

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