"Chaves" - atores celebram os 30 anos de sucesso do seriado no Brasil.


Entretenimento - Atores de ‘Chaves’ celebram os 30 anos de sucesso do seriado no Brasil. O jornal Extra dedicou uma página ao seriado que até hoje encanta crianças e adultos. A reportagem de Ana Carolina de Souza e Ramiro Costa traz reminiscências de uma época em que as televisões eram bem diferentes das atuais. LCD? Não tinha. Nem TV a cabo. TV digital então... E controle remoto era item de luxo. Popular mesmo só a famigerada palha de aço pendurada na antena. Chacrinha estava no ar. Xuxa ainda era apresentadora da extinta Rede Manchete e namorava Pelé. O SBT se chamava TVS e existia há apenas três anos. Foi nesse contexto que “Chaves” chegou ao Brasil, em 24 de agosto de 1984. A televisão mudou. Vieram realities shows, interatividade, canais segmentados, superproduções... Mas o seriado do menino órfão louco por sanduíche de presunto segue até hoje, com seu formato simples, idêntico ao da estreia, arrancando risadas dos fãs e sendo um eterno curinga na programação da emissora de Silvio Santos.

“Chaves” foi ao ar pela primeira vez numa sexta-feira, às 18h, no “TV Pow” — que teve, entre os apresentadores, Bozo e Mara Maravilha —, com o episódio “Caçando lagartixas”. Já “Chapolin” estreou quatro dias antes. Não demorou para os seriados ganharem vida própria na programação do SBT. Ao longo dos anos, eles foram retirados do ar algumas vezes, mas sempre voltavam, graças às reclamações dos fãs. O herói da marreta biônica saiu da grade do canal oficialmente em 2000, mas volta e meia faz a alegria do público numa exibição inesperada no horário de “Chaves” — e, desde terça-feira, suas aventuras são transmitidas no site do SBT no horário da propaganda eleitoral.

"Todos nós (atores) somos responsáveis pelo grande sucesso de “Chaves” e “Chapolin”. O grupo foi muito bem entrosado" — afirma Carlos Villagrán, de 70 anos, que até hoje faz turnês interpretando Quico: — Muitos países têm os programas no coração, mas, realmente, o Brasil é um dos mais apaixonados.
“Chaves” está completando 30 anos no Brasil neste domingo, 24 Foto: SBT / Divulgação 
Infelizmente, não existe uma previsão para o Vermelhinho voltar de vez, mas o departamento de programação do SBT reconhece: “Como “Chaves” está no ar, os fãs pedem muito a volta do “Chapolin”. Não agrada a muita gente tirá-los do ar, mas a grade se sustenta através de uma audiência média preestabelecida. Se determinados produtos não atingem a meta, eles são substituídos. Não existe um episódio mais vezes exibido, mas os mais pedidos são os de Acapulco”.

Mas não é só “Chapolin” que deixa os fãs com saudade. Intérprete de Seu Madruga, um dos personagens mais queridos de “Chaves”, Ramón Valdés morreu em 1988, aos 64 anos, em decorrência de um câncer, e faz falta não só para o público, mas para amigos e colegas de elenco. Don Ramón, como era conhecido, é idolatrado até hoje no México, considerado um dos grandes e mais queridos atores do país "A morte dele é algo que até hoje não consegui superar. Don Ramón sempre foi como um pai para mim. Tanto no programa quanto na vida. Ele é muito especial. Por isso, em todos os meus shows, presto uma homenagem a esse grande homem e grande pai — lamenta Maria Antonieta de las Nieves, intérprete de Chiquinha, de 63 anos.

Rubén Aguirre, o Professor Girafales, hoje com 80 anos, endossa o coro: "Ramón fazia a alegria de todos. Sempre nos víamos fora das gravações. O admiro ainda mais sempre que vejo os episódios. Ele era, certamente, um grande homem.


Dono da voz de Seu Madruga na versão brasileira, Carlos Seidl, de 67 anos, sente a paixão que as pessoas têm pelo personagem diariamente. "O público endeusa “Chaves” e “Chapolin”. Já perdi a conta de quantas vezes ouvi: “Você fez parte da minha infância!”. Dublei outras coisas (como os filmes “Armageddon” e “Toy Story”), mas Seu Madruga é a referência — diz Seidl, que elogia: — São histórias ingênuas, feitas para a família. Tem o tom da comédia, as trapalhadas dos garotos... São coisas leves, que hoje não existem mais em nossas produções. Fora o elenco, que é muito bem escalado. E as pessoas vibram com a versão brasileira, que é mais viva graças à dublagem.

Nelson Machado, de 60 anos, o dublador de Quico, completa: "O tempo todo as pessoas reconhecem a minha voz e vêm falar comigo".

Ator por trás de Chaves e Chapolin — entre outros personagens, como Doutor Chapatín —, Roberto Gómez Bolaños, hoje com 85 anos e uma saúde debilitada, ganhou cedo o apelido de Chespirito (“pequeno Shakespeare”, em espanhol) devido a sua genialidade para escrever comédias. A alcunha deu título a seu primeiro programa de sucesso na emissora mexicana Televisa, exibido entre 1970 e 1973, que contava com o elenco que os brasileiros conhecem bem: além de Villagrán, Maria Antonieta, Valdés e Aguirre, estavam lá Florinda Meza (Dona Florinda), hoje com 65 anos, mulher de Bolaños desde 1977 (antes, ela chegou a namorar o intérprete de Quico), Edgar Vivar (Seu Barriga/Nhonho), Angelines Fernández (Bruxa do 71), Raúl Padilla (Jaiminho) e Horacio Gómez Bolaños (Godinez), irmão de Roberto.


Com todos reunidos, nasceram “Chaves” e “Chapolin”, que começaram como quadros em 1971. Com tamanha repercussão, as histórias viraram seriados independentes após o término do “Programa Chespirito”, em 1973. Ficaram no ar até 1979, com episódios semanais — em 1980, o “Programa Chespirito” voltou, terminando em 1995, e exibia algumas histórias dos personagens.

"Professor Girafales representa a melhor fase da minha vida. Antes, eu era um dos executivos da Televisa, era diretor de televisão" — lembra Aguirre, que comanda atualmente um circo: — O personagem foi uma ideia do Bolaños. Eu e o professor somos praticamente a mesma pessoa, a personalidade dele tem muito da minha.

Do mesmo discurso compartilha Maria Antonieta. "Chiquinha é tudo na minha vida. Ela me deu tudo o que eu tenho hoje. Dona Neves é outra parte fundamental. São personagens que sempre levarei no meu coração" — diz a atriz, que também tem um circo e segue se apresentando pela América Latina como a personagem, que nem tão cedo irá se aposentar: "Isso é algo em que eu não penso! Quero fazer a Chiquinha até ficar bem velhinha. Ela é hoje a mesma que era quando estava em Chaves: esperta, porém sensível".

Villagrán, que deixou o grupo em 1978, antes do fim dos seriados — “Saí nos episódios de Acapulco” —, também se diz eternamente grato ao bochechudo Quico. "Foi o personagem que marcou a minha vida e a minha carreira" — constata o ator, que ainda hoje se emociona ao vestir o terninho de marinheiro do garoto: — "É a melhor sensação do mundo! Quico sempre será uma eterna criança".

Assim como os fãs, que até hoje riem das piadas do Chaves, das caretas que Seu Madruga faz quando fica com raiva, dos tapas que Dona Florinda acerta no pai de Chiquinha, das tiradas do Quico... Afinal, como diz uma das músicas do seriado, existem jovens de 80 e tantos anos, e velhos de apenas 26. Pois é! Pois é! Pois é! Você que é fã de “Chaves”, mostre sua paixão nas redes sociais com a hashtag #Chaves30anos. Curta nossa página no  Facebook Twitter .

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Comentários

  1. gostaria que encontrássemos fotos dos dubladoresdo chaeves jmarcelo

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  2. gostaria que hovesse fotos dos dubladores de chaves

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