Mais de 30 de brasileiros permanecem em Gaza.
Entre os que deixaram Gaza, 12 brasileiros – sendo 11 de duas famílias, primas entre si, e uma mulher cuja família já estava no Cairo – atravessaram a fronteira para o Egito. Uma freira brasileira foi para Belém, na Cisjordânia, e mais duas mulheres, mãe e filha, serguiram para a Jordânia. Quando o conflito se iniciou, a representação brasileira entrou em contato com os brasileiros na região e, em seguida, com a Organização das Nações Unidas (ONU) e as autoridades dos países para onde os brasileiros pretendiam se deslocar.
Entre os brasileiros, poucos são nascidos no Brasil e os outros herdaram a cidadania brasileira por serem filhos de brasileiros ou de palestinos que viveram no Brasil e conquistaram a cidadania depois de um tempo. Com exceção das duas mulheres que foram para Amã, na Jordânia, os demais brasileiros tiveram de se deslocar por conta própria até a fronteira. Mãe e filha tiveram auxílio da ONU e foram transportadas em um comboio com vários estrangeiros. Todos os deslocamentos são feitos em “janelas de oportunidade” ou “tréguas humanitárias”, como são chamados os curtos períodos de cessar-fogo.
Vários relatos, no entanto, indicam que muitos estrangeiros, incluindo brasileiros que permanecem em Gaza, têm medo de sair de casa até mesmo para deixar a região. O risco de se tornarem alvos existe. Das mais de 950 mortes registradas até o 19º dia do conflito, mais de 70% referem-se a civis, segundo a ONU. Escolas e igrejas, que servem de refúgio, estão lotadas. Com 41 quilômetros (Km) de cumprimento e de 6 km a 12 km de largura, a Faixa de Gaza tem área total de 365 km², quatro vezes menor do que o município de São Paulo.
Com pouco mais de 1,8 milhão de habitantes, a área tem densidade de aproximadamente 5 mil pessoas por quilômetro quadrado. Para piorar a situação de muitas pessoas em um pequeno território, cerca de 40% dele foi declarado passível de ataques pelo governo de Israel, que despeja folhetos e manda mensagens de celular para milhares de pessoas deixarem suas casas, se não quiserem sofrer “as consequências”. A Cruz Vermelha Internacional informou que a falta de água e a destruição da rede de esgoto afetam muito a população.
Do lado de Israel, alguns foguetes também já levaram medo a Tel Aviv, a segunda cidade mais populosa do país. O governo do país afirmou que, se não tivesse desenvolvido um sofisticado sistema antimísseis, centenas de pessoas também teriam morrido em Israel no conflito. Até o momento, 37 soldados israelenses morreram em combate, além de dois civis e um trabalhador rural tailandês, que foram atingidos por tiros de morteiro em território israelense.
Fonte: Agência Brasil.
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