PF prende Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras.

Rio de Janeiro - A Polícia Federal prendeu nesta quarta-feira, 11, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. A PF cumpriu ordem do juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal do Paraná, responsável pelo processo da Operação Lava Jato. A prisão foi decretada a pedido do Ministério Público Federal, que apontou risco de fuga devido a supostas contas que o ex-diretor mantém na Suíça com depósitos de US$ 23 milhões. A informação foi divulgada pelo portal de notícias da Globo [g1.globo.com].

Paulo Roberto foi preso em sua casa, segundo a PF, que depois o encaminhou para a superintendência estadual. No local, o advogado Nélio Machado disse que a decisão é "precipitada" e que vai tentar derrubar a prisão para que o cliente responda o processo em liberdade. "Entendo que a decisão da Justiça Federal do Paraná é questionável, precipitada. Foi feita por justiçamento [...] A defesa vai lutar pelo direito de responder em liberdade", disse.


No despacho que decretou a prisão, o juiz Sérgio Moro apontou risco de Paulo Roberto Costa fugir do país. "A manutenção de contas secretas no exterior pelo acusado e até o momento ocultadas deste juízo – e do próprio Supremo Tribunal Federal, além da Comissão Parlamentar de Inquérito instalada perante o Senado Federal – indica também risco à aplicação da lei penal, com a possibilidade do acusado evadir-se do país e ainda fruir do patrimônio ilícito mantido às ocultas no exterior e longe do alcance das autoridades brasileiras", diz o texto da decisão do juiz Sérgio Moro.

Em sua decisão, Sérgio Moro entendeu que o fato de Costa ter entregue o passaporte às autoridades não o impediria de fugir. "Por óbvio, a mera entrega de passaportes em Juízo não previne a fuga, máxime quando o acusado é titular de contas secretas milionárias no exterior e ainda considerando os milhares de  quilômetros de fronteira terrestre do Brasil com os outros países, sujeitos a um controle de trânsito pouco rigoroso."

Na decisão desta quarta, o juiz determinou que Paulo Roberto Costa retorne para o Paraná, onde esteve preso pela primeira vez, e que sejam adotadas "cautelas" para se evitar dano à imagem do ex-diretor. "Deverá a Polícia Federal tomar as cautelas apropriadas para preservar a imagem do acusado preso, evitando qualquer exposição pública dele. Não se tratando de acusado perigoso, em sentido físico, deve ser evitado o uso de algemas, salvo se verificada a sua necessidade para fins de garantia dos executores da prisão e condutores do preso. Observo que esta tem sido a praxe louvável da Polícia Federal, evitar a exposição pública, mas consigno o alerta apenas por cautela", determinou o juiz.

Na decisão, o juiz Sérgio Moro afirma que a prisão de Paulo Roberto Costa não tem relação com a Petrobras, que, segundo ele, é "vítima" do ex-diretor. "Ressalvo, por oportuno, provavelmente de forma desnecessária, que a medida ora decretada, embora gravosa, dirige-se à pessoa que é acusada por crimes graves em concreto, sendo justificada pelas circunstâncias expostas, e não contra a empresa estatal, a Petróleo Brasileiro S/A - Petrobras, que teria sido, segundo a denúncia formulada pelo MPF, vítima dos crimes praticados, e que já peticionou nos autos  nformando sua disposição em colaborar com as investigações."

Costa foi preso em março deste ano, durante a operação, que investigou um esquema de lavagem de dinheiro que teria movimentado R$ 10 bilhões. Ele foi libertado em 19 de maio por ordem do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal. Na ocasião, o ministro tomou a decisão após pedido de advogado de Costa, que questinou a competência do juiz do Paraná de conduzir o processo, em razão do envolvimento de parlamentares.

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DEFESA - O advogado Nélio Machado lembrou que Paulo Roberto já havia entregue seus passaportes à Justiça. Ele também negou que o cliente tenha conta no exterior. "Ele teria uma suposta informação de conta no exterior. Eu não tenho informação disso. Isso tem que ser provado [...] meu cliente não tem conta no exterior", afirmou.

Segundo o advogado Nélio Machado, Paulo Roberto deverá passar a noite no Rio e ser transferido para o mesmo presídio no Paraná onde foi preso pela primeira vez. 

Fonte: G1 [ Camila Bomfim , Mariana Oliveira e Marcelo Elizardo ] 

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