Partido dos Trabalhadores lança candidatura Padilha em SP.
Alexandre Padilha disputará uma eleição majoritária pela primeira vez em outubro – a exemplo dos candidatos inventados por Lula em 2010, a presidente Dilma Rousseff, e em 2012, o prefeito paulistano Fernando Haddad – o que lhe rendeu o apelido de "terceiro poste" de Lula. Na largada, o cenário não é animador: a última pesquisa de intenção de voto do Datafolha mostrou que os presidenciáveis de oposição Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) venceriam Dilma em um eventual segundo turno em São Paulo. Haddad, por sua vez, terminou seu primeiro ano de mandato com aprovação de apenas 18% dos paulistanos – à frente apenas dos ex-prefeitos Gilberto Kassab e Celso Pitta, ambos com 15% em igual período de avaliação.
A baixa popularidade de quem poderia figurar como cabo eleitoral de Padilha preocupa o comando da campanha. Ainda não se sabe qual será o papel de Haddad. A cúpula do PT paulista prevê um "período adverso" para o ex-ministro até que comecem as inserções e os programas no horário eleitoral gratuito no rádio e na TV, o que só ocorrerá na segunda quinzena de agosto. Por enquanto, Padilha marca apenas 3% das intenções de voto – e deve permanecer sem guinadas significativas nas pesquisas até a propaganda ganhar o palanque eletrônico. O problema é que estrategistas de diferentes partidos preveem uma disputa equilibrada no tempo de exposição: entre 4 e 7 minutos para os três principais candidatos.
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A seu favor, pesa o fato de ainda ser um candidato desconhecido (e, portanto, com potencial de crescimento) e com perfil mais carismático e descontraído, oposto ao de Dilma e de Haddad. O ex-ministro faz parte da tendência interna Construindo um Novo Brasil (CNB), a corrente majoritária que controla a sigla. Médico infectologista formado na Unicamp e pós-graduado na USP, Padilha ocupou cargos estratégicos na articulação política do governo Lula e chegou a comandar o Ministério das Relações Institucionais antes de ir para a pasta da Saúde no governo Dilma. A passagem pela pasta lhe rendeu proximidade com diversos prefeitos. Padilha também se mostra muito mais à vontade na costura de alianças políticas do que os correligionários escolhidos por Lula antes. No fim de maio, ele posou para fotos de mãos dadas com o deputado e mandachuva do PP paulista, Paulo Maluf, um histórico adversário do partido em São Paulo. Seguia à risca uma recomendação pragmática de Lula: formar alianças com o maior número de partidos à direita do PT e não buscar apoio apenas nos parceiros tradicionais da esquerda brasileira.
Mas essa estratégia de Lula ainda não vingou. Dois partidos da base de Dilma, PDT e Pros, fecharam com o pré-candidato do PMDB, Paulo Skaf, cuja candidatura foi formalizada em convenção neste sábado. Padilha conseguiu atrair para sua coligação apenas o PCdoB e o PP, de Maluf. As últimas cartadas do partido são para o PR, do mensaleiro Valdemar Costa Neto. A vaga de vice na chapa de Padilha segue aberta para composições. É um ativo fundamental, uma vez que o senador Eduardo Suplicy disputará – mais uma vez e à revelia de setores do PT – mais oito anos de mandato no Senado. Para piorar o cenário, o ex-prefeito Gilberto Kassab, cuja candidatura favoreceria a divisão de votos e poderia enfraquecer a liderança de Alckmin, demonstra disposição em abandonar o voo solo para ocupar o posto de candidato a vice-governador na chapa do tucano.
Fonte: Revista Veja | Foto:Agência Brasil.
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