Francisco, Abbas e Peres rezam pela paz na Terra Santa.
Judeus, católicos e muçulmanos testemunharam um momento histórico no Vaticano: um encontro de oração pela paz no Oriente Médio neste domingo, dia 8 de junho de 2014.
O encontro uniu o presidente de Israel, Shimon Peres, o presidente da Palestina, Mahmoud Abbas, o Papa Francisco e o Patriarca Ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I, nos Jardins do Vaticano.
Os quatro protagonistas do encontro dirigiram-se ao local da oração todos juntos em uma Van, acompanhados pelo Custódio da Terra Santa, Frei Pierbattista Pizzaballa.
Os líderes chegaram aos Jardins Vaticanos ao som de uma música, para propiciar o clima de oração.
O momento de oração foi dividido em três partes, seguindo a ordem cronológica das religiões: Judeus, cristãos e muçulmanos.
Judeus
A oração da comunidade judaica, começou com a recitação dos salmos: 8 e 147, lidos em hebraico, em um momento de agradecimento à criação.
Em seguida, um momento de pedido de perdão, com a leitura dos salmos 25 e 130, e uma oração de Yom Kippur, o dia do perdão judaico.
Logo após, no terceiro momento, os judeus fizeram uma invocação pela paz, com orações e um cântico judeu.
Cristãos
A segunda religião a dirigir suas orações pela paz foi a Comunidade Cristã, seguindo o mesmo esquema anterior: agradecimento pela criação, pedido de perdão e oração pela paz.
No primeiro momento, o Patriarca Bartolomeu I leu a passagem do livro de Isaías 65, 17-25, seguida por uma oração pela criação.
O pedido de perdão foi realizado a partir da leitura de uma oração de São João Paulo II.
O último momento, de oração pela paz foi a oração de São Francisco de Assis, realizada em língua árabe.
Cristãos
A segunda religião a dirigir suas orações pela paz foi a Comunidade Cristã, seguindo o mesmo esquema anterior: agradecimento pela criação, pedido de perdão e oração pela paz.
No primeiro momento, o Patriarca Bartolomeu I leu a passagem do livro de Isaías 65, 17-25, seguida por uma oração pela criação.
O pedido de perdão foi realizado a partir da leitura de uma oração de São João Paulo II.
O último momento, de oração pela paz foi a oração de São Francisco de Assis, realizada em língua árabe.
Muçulmanos
A Comunidade Muçulmana dirigiu suas orações em árabe seguindo os três momentos propostos para todas as religiões.
Todas as orações foram compostas especialmente para esta ocasião. E cada momento foi intercalado por uma breve música árabe.
Intervenções dos líderes
Papa Francisco, Abbas e Peres rezam pela paz na Terra SantaApós os momentos de oração, os três líderes fizeram um discurso. O Papa Francisco foi o primeiro a falar, e aproveitou a ocasião para agradecer Peres e Abbas por terem aceito seu convite, bem como o Patriarca Bartolomeu I.
“Espero que este encontro seja o início de um caminho novo à procura do que une para superar aquilo que divide”, disse o Santo Padre.
Francisco afirmou que a presença dos presidentes é um grande sinal de fraternidade e expressão concreta de confiança em Deus. O Pontífice recordou que este momento de oração foi acompanhado por muitíssimas pessoas, de diferentes culturas, pátrias, línguas e religiões, unidas no mesmo pedido de paz.
“É um encontro que responde ao ardente desejo de quantos anelam pela paz e sonham um mundo onde os homens e as mulheres possam viver como irmãos e não como adversários ou como inimigos”, destacou.
O Santo Padre enfatizou que para fazer a paz é preciso muito mais coragem do que para fazer a guerra. “É preciso coragem para dizer sim ao encontro e não à briga; sim ao diálogo e não à violência; sim às negociações e não às hostilidades; sim ao respeito dos pactos e não às provocações; sim à sinceridade e não à duplicidade. Para tudo isto, é preciso coragem, grande força de ânimo”.
Entretanto, Francisco recordou que a história ensina que as meras forças pessoais não bastam, por isso, o encontro deste domingo destaca que é necessária a ajuda de Deus. “Não renunciamos às nossas responsabilidades, mas invocamos a Deus como ato de suprema responsabilidade perante as nossas consciências e diante dos nossos povos”, disse o Papa.
Por fim, o Pontífice fez uma oração de súplica, pedindo ao Senhor sua ajuda para alcançar a paz. “Dai-nos Vós a paz, ensinai-nos Vós a paz, guiai-nos Vós para a paz. Abri os nossos olhos e os nossos corações e dai-nos a coragem de dizer: ‘nunca mais a guerra’”, rogou um trecho da oração do Santo Padre.
Shimon Peres
Em sua intervenção, Shimon Peres, agradeceu o convite feito pelo Papa Francisco e recordou que durante a visita do Pontífice à Terra Santa, o Santo Padre os tocou com o calor de seu coração, sua modéstia e gentileza.
O presidente de Israel destacou que a inspiração do Papa vem de encontro ao desejo de todos pela paz e afirmou que “devemos pôr fim aos gritos, à violência e aos conflitos”.
“Que a verdadeira paz se torne em breve nossa herança”, afirmou Peres.
Mahmoud Abbas
Em seu discurso, o presidente da Palestina agradeceu ao Santo Padre por ter promovido “este importante encontro” no Vaticano e destacou que a visita do Santo Padre à Palestina foi muito apreciada.
Em seguida, fez uma oração em agradecimento a Deus e pediu a paz na Terra Santa, na Palestina e, de maneira especial, em Jerusalém, para que seja um local seguro para que todos possam rezar nos lugares santos.
Após os discursos, os quatro líderes saudaram-se e plantaram uma árvore de oliveira como sinal do desejo comum de paz.
Em seguida, houve um momento de saudação das delegações e os lideres retiraram-se para um momento de conversa privada com o Papa Francisco.
Pentecostes
"Pentecostes" é uma palavra originária do grego e significa "quinquagésimo", tendo em vista que marca o 50°. dia depois da Páscoa. É a solenidade da vinda do Espírito Santo, narrada no livro dos Atos do Apóstolos (cf. At 2,1-13).
Contudo, antes de ser uma festa cristã, Pentecostes era uma festa judaica. Na sua origem, ela tinha outros nomes (Festa das Semanas e da Colheita) e era essencialmente uma festa agrícola. Com o passar do tempo, essa celebração perdeu a ligação com a vida dos agricultores (cf. Êxodo 23,14-17; 34,22), recebeu o nome grego de “Pentecostes” e se tomou uma festa cívico-religiosa.
No tempo de Jesus, celebrada 50 dias após a Páscoa, esta festividade também recordava o dia em que Deus entregou as tábuas da Lei a Moisés, no Monte Sinai. A narrativa encontrada nos Atos dos Apóstolos coincide com a vinda do Espírito Santo na festa judaica de Pentecostes.
A profecia de Ezequiel (cf. Ez 36,26-28) fala a respeito de um novo coração. Trata-se de um coração de “carne” – em substituição ao coração de “pedra” – que o próprio Deus nos concede mediante a ação de Seu Santo Espírito.
A Lei de Deus, outrora gravada em pedras e dada a Moisés no Monte Sinai, é agora escrita em corações reavivados e transformados pela ação regeneradora do Espírito Santo Paráclito. Eis a beleza de Pentecostes!
Agora, graças ao Espírito Santo de Deus, o homem é capaz de cumprir fielmente a vontade de Deus e, assim, observar os Seus preceitos.
Fonte: Rádio Vaticano e Canção Nova.
*Colaboração de Paulo Vendelino Kons
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