Astrônomos detectam estrela que pode ser diamante do tamanho da Terra.
"Essas coisas devem existir por aí, mas pelo fato de serem tão escuras, são muito difíceis de serem encontradas", diz o professor David Kaplan, da Universidade de Wisconsin-Milwaukee. Ele é um dos autores da descoberta, publicada na revista "Astrophysical Journal" nesta segunda-feira (23).
As anãs brancas são estrelas que têm mais ou menos o tamanho da Terra, compostas principalmente por carbono e oxigênio. Trata-se do estágio final da maioria das estrelas e tendem a esfriar e desaparecer ao longo de bilhões de anos. A descoberta foi possível graças a observações feitas em instrumentos do Observatório Nacional de Radioastronomia (NRAO) e em outros observatórios.
Primeiro, os astrônomos identificaram uma um pulsar chamado "PSR J2222-0137". Pulsares são estrelas de nêutrons, corpos muito densos com enorme gravidade, que giram rapidamente. É possível detectá-los por radiotelescópios, pois eles emitem ondas de rádio enquanto giram.
Os astrônomos identificaram que o pulsar girava 30 vezes por segundo e estava gravitacionalmente ligado a um segundo corpo celeste, que poderia ser tanto outra estrela de nêutrons quanto uma estrela anã branca.
Depois de observarem esse pulsar durante dois anos, cálculos permitiram determinar a distância do sistema em relação à Terra, de 900 anos-luz. Isso tornou possível uma análise mais precisa dos efeitos da gravidade do segundo objeto e a determinação da massa das duas estrelas.
A conclusão foi a de que o segundo objeto teria de ser necessariamente uma anã branca, de acordo com as informações coletadas. A equipe de astrônomos pôde, inclusive, determinar a localização precisa da anã branca. Mas ao tentar observar a região com luz óptica e infravermelha, nada foi detectado. "Se existe uma anã branca lá, e é quase certeza que existe, ela deve ser extremamente fria", diz o estudante de graduação da Universidade da Carolina do Norte Bart Dunlap, um dos membros da equipe de pesquisa.
A uma temperatura relativamente tão baixa, o carbono que compõe a estrela deve estar cristalizado, como em um diamante. Segundo os pesquisadores, outras estrelas do tipo já foram identificadas. Mas, por terem um brilho tão fraco, sua detecção é extremamente rara.
Fonte: G1 | Foto: B. Saxton (NRAO/AUI/NSF).
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