Adufrj compara ação do PSDB de Aécio contra docente da UFRJ com tempo da Ditadura.
“Manifestamos nosso repúdio não só à ação ilegal das autoridades policiais na universidade, o que viola a nossa autonomia, mas também à ação do candidato que atenta contra a livre circulação de ideias e posições políticas, o que é típico de regimes autoritários de triste memória, especialmente nesse ano de descomemoração dos 50 anos do Golpe Civil-Militar no Brasil”.
No último dia 11 de junho, o MP cumpriu os mandados de busca e apreensão na casa e no trabalho dos suspeitos. Em relação à Mônica, o endereço seria o prédio do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS). Um procurador federal, acompanhado por policiais, esteve no local para apreender computadores e outros equipamentos eletrônicos. Segundo nota da Seção Sindical dos Docentes da UFRJ (Adufrj-SSind) o mandado só não foi cumprido porque ao chegar ao local, os policiais constataram que a professora havia contratado um serviço de wi-fi “oferecido a alunos e professores do local (ou seja, qualquer um poderia ter utilizado a rede para atacar Aécio)”.
Procurada pelo Extra, a professora preferiu não se pronunciar sobre o caso. Ainda de acordo com o Adufrj, a universidade teria acionado a Procuradoria Federal para entrar com uma ação cautelar, a fim de evitar a apreensão dos bens da instituição. Em nota, a UFRJ declarou que “a ação questiona a competência da Justiça Estadual para apreender bens e equipamentos federais; defende o território federal e a autonomia universitária”
O deputado negou o pedido de busca e apreensão. Além da UFRJ, a prefeitura de Guarulhos e a Eletrobrás também constavam no processo, que corre em sigilo. As seis pessoas foram acusadas de agir conjuntamente e foram classificadas por Sampaio como uma “quadrilha”.
"O promotor optou, eu não sabia, fiquei sabendo ontem, pela busca e apreensão porque se fosse ouvir os envolvidos nessa quadrilha antes de ter os equipamentos, de ter a busca e apreensão, foi o que me informaram, a chance de eles destruírem as evidências era muito grande. Então, o MP fez a opção pela busca e apreensão. Não foi pedido nosso, nem consta no pedido busca e apreensão. Ele achou que era o melhor método. Quando ele acha, não adianta só ele achar. Ele tem que peticionar o juiz."
Confira na integra a nota da Seção Sindical dos Docentes da UFRJ:
A Diretoria da Adufrj-SSind, tendo tomado conhecimento de operação policial realizada no prédio do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS)/Instituto de História (IH) para apreender computadores da universidade, a pretexto de investigar suposto crime de difamação contra o candidato do PSDB à Presidência da República, vem manifestar sua solidariedade à professora Mônica Grin, Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em História Social da UFRJ, que teve seu nome envolvido na investigação apenas por ser a contratante pessoa física de um serviço de internet sem fio oferecido a alunos e professores daquela instituição.
Manifestamos nosso repúdio não só à ação ilegal das autoridades policiais na universidade, o que viola a nossa autonomia, mas também à ação do candidato que atenta contra a livre circulação de ideias e posições políticas, o que é típico de regimes autoritários de triste memória, especialmente nesse ano de descomemoração dos 50 anos do Golpe Civil-Militar no Brasil. Por fim, reiteramos a posição da Adufrj-SSind e do Andes-SN em defesa de condições dignas de trabalho na UFRJ e nossa cobrança à Reitoria para que garanta a tod@s os professor@s, técnic@s e alun@s o acesso público e gratuito à internet de alta velocidade, que constitui ferramenta essencial para o ensino, pesquisa e extensão.
Fonte: Extra
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